Os setores da Agropecuária e de Serviços foram os principais responsáveis pelo resultado negativo do PIB do Piauí em 2019. A Agropecuária representou 8,0% do total da economia piauiense em 2019 e registrou variação negativa de 4,5%, em relação a 2018, que decorreu, sobretudo, da redução verificada em Agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita, cuja variação foi de -5,2%. A queda em volume verificada na agricultura deveu-se especificamente à redução na produção de soja, tendo caído de 2.469.650 toneladas de grãos em 2018 para 2.325.951 toneladas em 2019, redução de 143.699 toneladas, uma queda de 5,8%.
O resultado negativo da produção de soja deveu-se a condições climáticas desfavoráveis durante o plantio, bem como em razão de fatores externos ao país os quais tiveram repercussão na economia do estado (aumento do preço de insumos agrícolas e redução na participação no mercado internacional). Entre as demais atividades agropecuárias, Pecuária, inclusive apoio à pecuária apresentou crescimento em volume de 0,3%, e Produção florestal, pesca e aquicultura, registrou queda de 7,5%.
O setor de Serviços registrou queda em volume de 0,6%, mas manteve-se como grupo de atividades mais representativo na economia do Piauí, além de ter elevado sua participação, de 77,6%, em 2018, para 79,7%, em 2019, uma elevação de 2,1 pontos percentuais. As atividades que mais contribuíram para o ganho de participação, foram aquelas que já possuíam peso destacado nos Serviços ao longo dos anos anteriores da série: Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social; e Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas. Cada uma das atividades teve acréscimo de participação 0,9 ponto percentual no valor adicionado bruto do Piauí, porém ambas registraram queda em volume. Destaca-se, porém, que Artes, cultura, esporte e recreação e outras atividades de serviços, bem como, Atividades imobiliárias e Alojamento e Alimentação foram algumas das atividades de serviços que cresceram em volume em 2019, e compensaram parcialmente as quedas nos serviços de comércio e de administração pública.
Participação das atividades econômicas no valor adicionado bruto
PIAUÍ
2018 - 2019 | ||
| ||
Atividades econômicas | Participação no valor adicionado bruto (%) | |
| 2018 | 2019 |
Total das Atividades | 100,0 | 100,0 |
Agropecuária | 9,9 | 8,0 |
Indústria | 12,4 | 12,3 |
Indústrias extrativas | 0,2 | 0,1 |
Indústrias de Transformação | 3,1 | 3,0 |
Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação | 3,5 | 3,6 |
Construção | 5,5 | 5,5 |
Serviços | 77,6 | 79,7 |
Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas | 14,2 | 15,1 |
Transporte, armazenagem e correio | 2,6 | 2,5 |
Alojamento e alimentação | 3,1 | 3,0 |
Informação e comunicação | 1,4 | 1,4 |
Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados | 3,4 | 3,7 |
Atividades Imobiliárias | 8,4 | 8,6 |
Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares | 5,7 | 5,6 |
Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social | 33,3 | 34,2 |
Educação e saúde privadas | 3,2 | 3,2 |
Outras atividades de serviços | 2,4 | 2,5 |
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA. |
O setor da Indústria cresceu 1,9% em razão principalmente do desempenho da atividade Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, que apresentou variação em volume de 5,3%, graças ao aumento da geração e distribuição de energia elétrica. Em termos de participação, a Indústria atestou pequena redução de participação no valor adicionado bruto do Estado, já que este grupo de atividade representava 12,4% em 2018, e passou a 12,3% em 2019. O comportamento das atividades de Indústrias extrativas e Indústrias de transformação, que perderam, cada uma, 0,1 ponto percentual de participação, explica a redução do valor relativo da Indústria no ano analisado.