'Agro deveria ser o mais preocupado com o clima', diz cientista perseguida

Luciana Gatti, que já foi alvo de ataques por suas declarações sobre incêndios e desmatamento, apontou a necessidade de políticas de desmatamento zero e reflorestamento

Cientista Luciana Gatti | Jeiza Russo
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A cientista Luciana Gatti, coordenadora do laboratório de gases de efeito estufa do Inpe, destacou a importância de o agronegócio compreender as mudanças climáticas. Para Gatti, o agro será o primeiro setor afetado por secas severas e eventos extremos. Ela alertou sobre o aumento dos prejuízos e defendeu que o Ministério da Agricultura e o do Meio Ambiente atuem juntos para encontrar soluções sustentáveis.

Gatti, que já foi alvo de ataques por suas declarações sobre incêndios e desmatamento, apontou a necessidade de políticas de desmatamento zero e reflorestamento. Durante o TEDx Amazônia, ela afirmou que "o gado criado na Amazônia deveria ser exclusivamente para consumo na Amazônia". Segundo a cientista, a destruição florestal desequilibra o clima, afetando o regime de chuvas e provocando perdas agrícolas.

fogo no manejo agrícola

A pesquisadora também criticou o uso do fogo no manejo agrícola e defendeu sanções mais rigorosas. Para ela, multas não bastam, e a perda de propriedade deve ser uma consequência para os responsáveis por incêndios. Gatti ressaltou que o desmatamento desde 2019 impactou o clima no Brasil, aumentando mortes por eventos climáticos extremos de 60 para 500 por ano.

Gatti propõe que o governo facilite o diálogo entre agro, ciência e indústria para criar um modelo agrícola mais sustentável. Ela sugeriu, por exemplo, a instalação de fábricas de ração no Brasil, agregando valor à soja nacional. Segundo a cientista, a agricultura precisa de equilíbrio climático para sobreviver, e o atual modelo econômico está levando o país ao caos.

Para mais informações, acesse meionews.com

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