O problema do abastecimento de água e esgoto sanitário na capital é alvo recorrente das reclamações dos teresinenses. A Agespisa, no entanto, tem até 2021 para sair dos 17% de residências com esgoto sanitário e pular para os 82%. O presidente da empresa, Antônio Filho, no entanto disse na última sexta-feira, durante o Seminário Gestão e Saneamento, que é impossível chegar a esse percentual, no prazo estipulado, se os trabalhos continuarem nesse ritmo.
?Do jeito que estamos, não vamos conseguir cumprir essa meta. Existem dificuldades na execução de projetos, não há celeridade na conclusão das obras e nem para conseguir recursos. Nós precisamos de muito investimento. Mas nós já estamos indo buscá-lo. Já estamos viajando pelo país para observar modelos executados em outros estados e que deram certo para implantarmos em Teresina?, afirmou.
O presidente da Agespisa afirma que a situação da empresa é complicada e é necessário muito trabalho. Hoje a Agespisa avança 0,3% ao ano no atendimento à população. Com isso, chegou-se à cobertura de 17% de esgotamento sanitário. Mas é necessário que esse crescimento chegue a pelo menos 6% ao ano, para que os objetivos sejam alcançados. Isso corresponde a fazer em dez anos cinco vezes mais do que foi feito nos últimos 50 anos. ?Estamos trabalhando para fechar essa conta, mas é complicado. Se for para fazer bem-feito, nós precisamos de tempo?, disse.
Para o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Piauí, Florentino Filho, o problema do esgotamento sanitário de Teresina é resultados de gestores pouco engajados em melhorias nessa área. ?O Piauí tem mais de R$ 100 milhões na Caixa Econômica Federal que não está sendo usado porque os gestores não vão atrás. Por isso queremos discutir essa questão para agilizarmos a realização dessas obras que são tão necessárias para Teresina?, pontuou.
Uma comissão de engenheiros de outros estados esteve presente em Teresina, durante o seminário, para apresentarem suas experiências técnicas sobre diversos aspectos como a titularidade dos serviços, regulação, desoneração do setor pelo governo, legislação, propostas de concessão e a participação da iniciativa privada no sistema. O evento teve como objetivo discutir os entraves, projetos alternativos e as perspectivas para desenvolver o setor de saneamento básico.