As reclamações envolvendo o abastecimento de água no Residencial Jacinta Andrade, zona Norte de Teresina, são antigas. Percebendo essa insatisfação e procurando melhorar a qualidade no serviço, a Agespisa começou a realizar na segunda-feira (11) uma série de ações que visam o corte de ligação de água nas casas desabitadas.
Ao longo das próximas semanas, a medida será adotada em 400 residências, sendo que esse plano irá permitir um aumento substancial na pressão da rede, trazendo, consequentemente, resultados positivos para os moradores.
Sob esta perspectiva, o foco também está na redução do desperdício, alçado pelo uso indiscriminado. Desse modo, segundo o diretor de operações da Agespisa, Edward Mont´Alverne, o trabalho está sendo orientado na busca de respostas aos anseios da população.
“A importância é que vai melhorar o abastecimento de água daqueles que já estão aqui. Quando as casas receberem moradores, o serviço será retomado. Fora essa medida de proteção que iniciamos nesta semana, outras serão adotadas nesse objetivo”, aponta.
Entre as obras que estão sendo executadas, encontra-se a perfuração de um poço com vazão esperada de 30 mil litros por hora, ampliando a oferta na região.
Além disso, espera-se a conclusão da nova Estação de Tratamento de Água na Santa Maria da Codipi, orçada em R$ 42,8 milhões, o que promete acabar de vez com a intermitência no abastecimento.
Contudo, para parte dos moradores, a situação não se resolverá tão facilmente. Descrentes com a sucessiva falta d’água, eles criticam o corte nas casas desabitadas e clamam por soluções mais enérgicas. “Aqui está horrível, são quatro meses sem água, não é brincadeira.
Eu acho essa ação um absurdo, deveria ter água em todas as casas, e se os moradores vão buscar nas vazias, é porque na deles não tem”, afirma a doméstica Patrícia Ferreira. Morando no Residencial há dois anos, ela ainda revela que compra água todos os dias.
“São 7 reais, tenho que fazer isso para poder beber e cozinhar. Nesse Residencial era para ter tudo, é federal, pagamos caro e ainda vem a conta todo mês”, desabafa.
Ferreira tenta explicar o ato tomado por alguns populares em retirar água das casas desabitadas. “Se a gente vai é porque precisa, para quem tem criança é ainda pior.
Aqui tem gente que faz de tudo mesmo, chega até a puxar água com bomba”, detalha. Ela diz que anteriormente o abastecimento ocorria na madrugada, mas que no momento nem este alívio sua família tem. “Nas torneiras não desce nada”, lamenta.
O operador de máquinas Valdemir Gonçalves passa pela mesma situação e vislumbra como consegue captar alguns litros do líquido. “Vou buscar em uns canos quebrados que tem aqui no Residencial. Se não fosse eles, eu não imagino como seria”, finaliza.