A Aeronáutica estendeu o prazo para entrega das propostas de venda de caças para o Brasil. O prazo, que venceria hoje, foi prorrogado para 2 de outubro. Em nota, a Aeronáutica informa que a mudança foi feita a pedido das empresas que participam da licitação: a americana Boeing, a francesa Daussault e a sueca Saab.
O governo brasileiro já manifestou preferência pelos caças franceses Rafale, produzidos pela Dassault. Também estão na disputa o F-18 da Boeing e o Gripen, da Saab. A licitação para a compra de 36 caças é uma operação avaliada em US$ 7 bilhões. A Dassault já entregou ao governo brasileiro a oferta final para a venda de caças, anunciaram fontes da empresa.
Na nota, a Aeronáutica diz que o novo prazo foi dado para que as empresas concorrentes possam apresentar "possíveis melhorias em suas ofertas para o processo de seleção dos novos aviões de caça da Força Aérea Brasileira". Na semana passada, o ministro Nelson Jobim (Defesa) já havia admitido que o prazo para a entrega das propostas de aviões caças poderia ser prorrogado.
Jobim ironizou a proposta sueca, que ofereceu ao Brasil dois caças pelo preço de um. "Isso aí é aquilo... Vendas casadas? Você compra uma garrafa de cerveja e ganha quatro de guaraná." O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também ironizou a disputa entre os países pelos caças e disse que daqui a pouco o país conseguiria os caças "de graça". Ao anunciar, no último Sete de Setembro, o início de negociações com a França, Lula citou o compromisso de transferência de tecnologia.
A embaixada americana rebateu Lula e divulgou nota se comprometendo a transferir tecnologia ao país para fechar o contrato com os caças.