O advogado Marcelo Santos, que foi ironizado pela professora Rosa Marina Meyer, do Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, comentou a destituição da professora do cargo que ocupava na diretoria de cooperação internacional da universidade.
Ao saber do procedimento, Marcelo não se mostrou suspreso. ?É uma demonstração da faculdade pelo reflexo dos atos da professora?, disse. Rosa Meyer publicou no Facebook uma foto do advogado no Aeroporto Santos Dumont, no Rio, em que ele aparece de bermuda e camiseta. ?Rodoviária ou aeroporto??, perguntou a docente ao publicar a imagem.
O advogado também reafirmou que vai mover ação judicial contra a docente. ?São vários procedimentos. Ainda não vamos [ele e a equipe do escritório em que atua no interior de Minas] falar a respeito para não atrapalhar a formulação das peças?, disse. Ele já havia sinalizado que moveria ação judicial e adiantou que na sexta-feira (21) deverá encaminhar o requerimento à Justiça.
Marcelo confidenciou que esperava alguma manifestação pessoal da professora para se retratar a ele pela situação vexatória que criou. ?Com sinceridade, eu esperava que ela entrasse em contato comigo. Mas ela e os outros envolvidos não fizeram qualquer contato?, disse. Outros profissionais ligados à área de educação teceram comentários preconceituados ao comentar a publicação da Rosa Meyer.
A docente chegou a publicar no Facebook um pedido de desculpas. "Sabedora do desconforto que posso ter criado com um post meu publicado ontem (quarta-feira) à noite, peço desculpas à pessoa retratada e a todos os que porventura tenham se sentido atingidos ou ofendidos pelo meu comentário. Absolutamente não foi essa a minha intenção?, registrou na rede social. ?Para mim, isso foi mais uma resposta à Dilma Bolada, não um pedido de desculpas a mim?, considerou o advogado. Ele se referiu ao fato da postagem de Rosa Meyer ter sido replicada pelo perfil que ironiza a presidente Dilma Roussef, do qual teve mais de 11.300 compartilhamentos em quatro dias.
"Gozação"
Ao ver sua foto circular na internet, Marcelo pensou que fosse uma montagem ou "gozação" de amigos. Ele voltava de uma viagem internacional de cruzeiro que teve o Rio de Janeiro como destino final. O advogado passou o dia passeando pela cidade, quando tirou uma foto com a estátua de Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana, na Zona Sul, pouco antes de ir ao aeroporto e embarcar em um voo para Minas Gerais.
Marcelo disse considerar que a postagem da professora não foi uma ofensa pessoal, mas social. ?Eu acredito que é uma situação [a demonstração pública de preconceito] que o país não vai mais aceitar. Eu recebi vários manifestos de solidariedade. Espero que a polêmica em que fui envolvido sirva para evitar situações semelhantes. As pessoas vão pensar bem antes de menosprezar as outras publicamente?, disse.
Desabafo nas redes
Em seu perfil no Facebook, Marcelo escreveu um texto de desabafo. "Boa tarde. Gostaria de agradecer as mensagens calorosas dos amigos, neste momento. Na oportunidade, informo que estava chegando de viagem de um cruzeiro internacional e tinha conhecimento do calor que estava no Rio de Janeiro, ocasião em que estava com trajes casuais. Ademais, por estar de férias, no Rio de Janeiro, não tinha por que estar usando terno e gravata apenas para usar um meio de transporte. Informo, também, que os comentários infelizes das pessoas na página do Facebook já estão sendo alvo de análise pelos meus colegas do escritório e, certamente, serão tomadas as medidas legais. É lamentável perceber que isso partiu de pessoas ligadas à educação de nosso país. Com efeito, apenas vem descortinar o preconceito existente por muitas pessoas que se julgam melhores apenas por questão de aparência."