O Piauí não segue a tendência mundial dos grupos de risco da nova gripe. Dos 147 casos positivos apenas 16 referiram algum tipo de fator ou grupo de risco, representando 11%.
Aqui os adolescentes é que lideram o maior número de casos das doença. Do total de casos, 59% possuem entre 11 e 19 anos. Os idosos- considerados grupo de risco- somam apenas 1% dos casos.
As informações são do SINan Net, banco de dados do Ministério da Saúde , vinculado à Secretaria Estadual de Saúde, que revelam o perfil da influeza A no Piauí. Até ontem já foram confirmados 84 laboratorialmente e mais 63 por vínculo epidemiológico. Um morte foi confirmada e outras duas aguardam confirmação do Instituto Adolf Lutz, em são Paulo, local onde é realizado os exames laboratoriais.
De acordo com a presidente do Conselho Estadual de Enfrentamento da Pandemia de Influenza AH1N1, Cristiane Moura Fé, o fato dos adolescentes representarem o maior número de casos registrados da nova gripe deve-se às viagens ao exterior. Estes foram os primeiros registros da doença, entre os meses de junho e julho ? período em que o vírus ainda não circulava pelo Estado. ?Tentamos conversar com as agências de Turismo para cancelar as viagens, mas essa proposta não foi aceita?, diz.
Além disso, outros fatores explicam a vulnerabilidade dos adolescentes com a nova gripe, entre eles os hábitos alimentares não-saudáveis e o sedentarismo. ?Os nosso jovens se alimentam mal, apresentam obesidade e por isso correm um risco maior de contrair a nova gripe?.
No entanto, a presidente destaca que houve uma mudança da forma de transmissão do vírus, que antes só era contraído fora do Brasil. ?Agora é diferente. Desde o mês de setembro o vírus passou a circular no Estado e um outro perfil de pessoas foi atingido?, declarou. Após os adolescentes, o maior número de casos está na faixa etária entre 20 e 59 anos, com 31% do total de casos.
O fato do vírus começar a circular dentro do estado mudou também a postura de combate ao vírus. Isso porque não é mais necessário uma ?barreira? para controlar a entrada do vírus. ?Isso não faz mais sentido?, afirma Cristiane Moura Fé ao destacar que o foco de combate à nova gripe está nas medidas preventivas, como a higienização das mãos, a utilização do álcool em gel e os cuidados com pessoas gripadas de forma geral.