Dois psiquiatras constataram que o analista de sistemas Mario Henrique Rodrigues Lopes, acusado de matar a mulher a marteladas, em junho deste ano, estava inconsciente no momento do crime. Os peritos atestaram que Mario teve um ?transtorno psicótico agudo e transitório?. A Justiça recebeu o laudo no último dia 1º. Nessa quarta-feira, o juiz Fabio Uchôa, da 1ª Vara da Criminal, marcou a próxima audiência do caso para o 9 de dezembro.
O processo estava suspenso até que saísse o resultado do chamado ?Incidente de Insanidade Mental?. O réu está internado, desde a época do crime, no Hospital Penitenciário Heitor Carrilho. Se condenado, ele deve permanecer na unidade até que tenha alta. De acordo com o advogado Rogério Rabe, que defende Mario, o documento ajudaria a comprovar que o analista de sistemas não matou a esposa Talita Juliana Peixoto Paiva por ciúme.
- Meu cliente não matou porque estava com ciúmes dela, como diz a denúncia do Ministério Público, e se fingiu de maluco. Foi uma tragédia. Ele teve um surto e começou a enxergar o diabo nela. Religiosa, ela se desesperou e tentava, com a leitura da Bíblia, tirar o diabo do corpo dele. Isso acirrou o surto dele. Foi uma grande tragédia - comenta Rabe.
A mãe de Talita, Luze Maria Peixoto Florêncio de Almeida, pediu à Justiça para ser assistente de acusação do processo, o que foi aceito.
Mario Henrique responde por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e com recurso que dificulte ou impossibilite a defesa da vítima) e resistência. Ao ser preso, Mário Henrique agrediu policiais militares do 19º BPM (Copacabana) com socos e chutes, por isso responderá por resistência.
O crime
A bancária Thalita Juliane Peixoto Paiva, de 24 anos, foi encontrada morta a marteladas, na manhã do último dia 25, no apartamento onde morava com o marido, na Rua Souza Franco, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio.Vizinhos do casal ouviram gritos da jovem, durante a madrugada, pedindo socorro. Assustados, eles chamaram a polícia. PMs do 6º BPM (Tijuca) estiveram no prédio e bateram na porta do apartamento do casal, mas ninguém atendeu. Pela manhã, a porta da cozinha do imóvel estava aberta, e a polícia foi novamente chamada. Ao entrarem no local, os policiais encontraram Thalita morta a marteladas. Mário Henrique foi visto por uma vizinha saindo do prédio a pé, após a ida da PM ao edifício. Ele tornou-se o principal suspeito do crime. Mário e Thalita estava casados há menos de um mês.