Uma rede social serviu como ferramenta para que uma criança de Santos, no litoral de São Paulo, encontrasse um lar. A mãe da menina faleceu e o pai a abandonou mas, com o auxílio de um conselheiro tutelar e da internet, a jovem reencontrou uma irmã mais velha que permitiu que a história tivesse um final feliz.
Em junho deste ano, a mãe de Tuani, de 12 anos, faleceu. Ela era dependente química e moradora de rua, portanto, já não morava com a garota há certo tempo. A menor vivia com o pai e a madrasta, mas após a morte da mãe, ele resolveu levá-la ao Conselho Tutelar, alegando que a filha estava dando muito trabalho e era desobediente.
O conselheiro tutelar Márcio de Oliveira Barbosa afirma que o pai entregou a menina e não deixou o contato de nenhum parente. ?O pai veio no conselho indignado com a filha, dizendo que ela estava dando trabalho e que não queria mais tomar conta. Veio disposto a entregar. A gente cobrou família extensiva, tia ou avó, ele falou que não tinha número de ninguém, que ninguém queria ficar com ela?, explica Márcio.
Ele explica que Tuani é uma garota meiga e que o seu destino seria um abrigo para menores com problemas familiares. ?Ela é super dócil e bacana. A gente teria que abrigar, mas ela disse que tinha uma irmã no Facebook, mas teríamos que encontrá-la. Aí fomos no Acessa São Paulo, procuramos e encontramos. Conversei com a irmã, me identifiquei e expliquei a história. Ela falou: vou aí correndo, não vou deixá-la?, diz o conselheiro.
A irmã por parte de mãe, Erika Rodrigues Viana, afirma que sempre quis se aproximar da caçula. ?Ele nunca permitiu que a gente convivesse. Ele falou que ela estava dando trabalho e eu sempre me ofereci para ajudar. Não se faz isso nem com um cachorro, ainda mais com um filho. Ela é uma criança. Vou dar muito amor, tudo que ela precisa?, diz Erika.
A criança diz estar feliz na nova casa, com a irmã e os sobrinhos pequenos. Segundo Erika, Tuani até melhorou o rendimento na escola. O conselheiro tutelar explica que agora ela terá acompanhamento psicológico. ?Eu fiz um encaminhamento para o poder Judiciário para regularizar a guarda. Fiz encaminhamento também para um acompanhamento psicológico, até porque ela trocou de família. Fico contente com o desfecho. Saiu um final feliz graças ao facebook. Usar uma ferramenta dessa para encontrar é diferente, uma situação totalmente inusitada. Se não fosse isso o destino dela seria o abrigo, com certeza?, finaliza o conselheiro tutelar.