O principal jogador da seleção togolesa e destaque do Manchester City, Emanuel Adebayor, relatou os momentos de terror vividos por ele e seus companheiros nesta sexta-feira, quando o ônibus que transportava a delegação da seleção africana foi metralhado ao atravessar a fronteira entre seu país e Cabinda, em Angola.
Emocionado, o atacante declarou que viu a morte de perto durante os 30 minutos do ataque. "Acho que muitos jogadores querem ir embora, não acho que eles queiram mais participar deste torneio. Nós vimos a morte. Vamos ter uma reunião esta noite, cada um vai para seu quarto descansar e amanhã pela manhã (sábado) vamos tomar uma decisão que seja boa para nossas vidas", esclareceu, em entrevista à Rádio BBC.
Segundo Adebayor, tudo foi muito rápido. "Começamos a ouvir tiros no ônibus, sem razão alguma e ao fim, tínhamos vários feridos. Nosso goleiro reserva levou um tiro e nosso assessor de imprensa foi ferido. No momento ele está inconsciente e não sabemos se sobreviverá ou não", relatou, visivelmente abalado com a situação. O jogador chegou a carregar vítimas até o hospital e julgou esse momento como o pior do dia. "Todos estavam chorando e clamando pela família", contou.
O craque fez questão de criticar a situação do continente africano. "Temos de mudar nossa imagem se quisermos ser respeitados. Temos uma chance com um dos maiores eventos do planeta, a Copa do Mundo e olha o que está acontecendo. É injusto", indignou-se.