Radares de velocidade têm se tornado alvos frequentes de criminosos, que enxergam nesses dispositivos uma oportunidade lucrativa devido aos seus componentes valiosos, o que já desperta preocupação entre as autoridades. (Com informações do UOL)
POSSUEM METAIS PRECIOSOS
O alto valor dos radares explica esse interesse: um único aparelho de fiscalização pode custar a partir de R$ 100 mil, chegando a ultrapassar R$ 150 mil, dependendo da tecnologia. Além das câmeras e processadores, esses radares são construídos com metais preciosos como cobre, prata, chumbo, estanho, platina, níquel, ouro e paládio.
MERCADO ILEGAL
Com essa informação, os criminosos passaram a roubar radares para revendê-los em desmanches, alimentando um mercado ilegal que lucra com os materiais valiosos. A situação é tão preocupante que várias prefeituras já começaram a substituir os fios de cobre da rede elétrica por cabos de alumínio, que, embora menos eficientes na condução de eletricidade, são significativamente mais baratos.
O cenário torna-se ainda mais grave quando o vandalismo se transforma em furto, elevando as implicações penais, conforme ressalta o advogado Marco Fabrício Vieira, membro da Câmara Temática de Esforço Legal do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
"Se o equipamento for objeto de subtração, o delito pode passar de dano ao patrimônio público para furto, crime previsto no Artigo 155 do Código Penal, cujas penas podem variar de um a 4 anos de reclusão, além de multa, podendo chegar a 8 anos de prisão", explica.
AÇÃO PARA INTIMIDAR BANDIDOS
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) iniciou a implementação de novas medidas para prevenir o roubo e a depredação de radares de velocidade na cidade de São Paulo. Entre essas medidas, destaca-se a instalação de barreiras de proteção nos postes, logo abaixo dos equipamentos eletrônicos, com o objetivo de dificultar o acesso dos criminosos aos dispositivos de fiscalização veicular.
O "chapéu chinês", como é conhecida a nova barreira adotada pela CET, é composto por tiras metálicas dispostas como pétalas de flor voltadas para baixo. Instalado inicialmente em radares da Marginal Tietê, o dispositivo está sendo priorizado em áreas com alta incidência de furtos e vandalismo, com planos de expansão gradual para outros pontos da cidade.
O QUE DIZEM AS LEIS
Marco Fabrício Vieira ressalta que o vandalismo contra radares é considerado um crime de dano qualificado, conforme o Inciso III do Artigo 163 do Código Penal. A pena prevista para a destruição, inutilização ou deterioração dos equipamentos varia de seis meses a três anos de prisão, além de multa.
"Além de crime, a depredação dos equipamentos de fiscalização causa prejuízos financeiros à administração pública, gerando gastos, além de causar prejuízo à segurança do trânsito", enfatiza Vieira.