Durante o I Congresso de Direito Militar do Piauí, a coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santana, reclamou da truculência na abordagem dos policiais com o segmento LGBT. A militante destacou que debates como o ocorrido nesta quinta-feira (21), no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (OAB-PI), são indícios de mudanças no cenário.
A palestra "As modulações jurídicas e violência contra o segmento LGBT", ministrada pela delegada Eugênia Villa, diretora da Academia de Polícia Civil, deu início aos debates. Além de Marinalva Santana, a tenente coronel Júlia de Almeida, Victor Kozlowski, coordenador do Centro de Referência de LGBTs da Sasc e Simplício Mário de Oliveira, diretor de Direitos Humanos da Sasc, também participaram do debate.
"Os policiais podem manter seus ideais, mas não podem agir com violência contra as pessoas apenas pela sua orientação sexual. Por isso esse momento é tão importante, principalmente por ser idealizado pelos próprios militares", destaca Marinalva Santana. A militante do Matizes ainda lembrou os casos de assassinatos contra travestis em Teresina que ainda permanecem sem solução e cobrou providências das autoridades.
A delegada Eugênia Villa abordou temas como identidade sexual, estereótipos sociais, discussão de gêneros e discriminações em sua palestra. Ela ressaltou que a Polícia Civil realiza encontros com os movimentos sociais, como o Grupo Matizes, na tentativa de manter um diálogo aberto entre estas instituições e a Segurança Pública do Piauí.