A falta de uso racional de água é um problema geral, mas em Teresina esse quadro é muito mais preocupante. Isso porque 50% da água produzida pela Agespisa na capital acaba indo pelo ralo do desperdício. Parte dessa realidade deve-se ao comportamento dos consumidores, que não fazem o uso consciente da água.
A tubulação antiga também contribui para esse índice, com vazamentos constantes.
As reformas feitas nas tubulações por toda a cidade visam substituir os canos de amianto e ferro fundido, que já estão sendo utilizados há 40 anos e estão danificados. Além disso, o amianto é prejudicial à saúde por ser cancerígeno.
Para a substituição, estão sendo aplicadas tubulações de PVC. Para combater o desperdício alarmante que acontece em Teresina, o órgão conta com uma campanha de conscientização, com o slogan ?Desperdício de água: ou você para ou a vida seca?, campanha que já é desenvolvida desde 2005.
O desperdício e o alto consumo podem gerar o temor de uma crise de abastecimento, porque apesar de estar oficialmente na época de chuvas, Teresina continua sofrendo com o calor, fazendo com que a população lembre-se do período do b-r-o-bró, tradicionalmente o mais quente do ano.
Com o clima quente, não é de se estranhar que o consumo de água permaneça alto, com as pessoas tomando mais banhos e procurando refrescar-se. No entanto, a Agespisa afirmou que isso não traz riscos ao fornecimento de água na capital.
De acordo com o órgão, os teresinenses não precisam se preocupar com a possibilidade de o sistema de produção sofrer com a alta demanda, pois a Agespisa produz 256 milhões de litros por dia na capital, através de suas duas fontes: o complexo de Estações de Tratamento de Água (ETA), que faz a captação do Rio Parnaíba, e a rede de poços nos bairros.
Isso representa uma produção cerca de três vezes maior que o mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o consumo per capita diário da capital ficando em 330 litros. De acordo com informações do órgão, os problemas de falta de água que a população enfrenta não são resultantes de problemas do sistema de produção e distribuição, mas acontecem de forma isolada por conta das tubulações antigas.