O primeiro e único centro de urgência para atendimento aos pacientes com complicações decorrentes do uso de álcool e outras drogas foi inaugurado há mais de um ano no Hospital do Mocambinho. O local possui 20 leitos de referência AD, mas o SUS repassa verba para manter apenas 10. Por causa disso, aliado ao aumento na demanda, existem atualmente 13 dependentes químicos internados no centro e uma lista de espera de 41 pacientes.
O dado é preocupante, já que o local deve receber pessoas que estão em crise e precisando passar urgentemente por um processo de desintoxicação. De acordo com a assistente social Ana Kelly Pereira, a lista de espera foi uma forma encontrada pelo hospital para atender as pessoas que procuram atendimento e não conseguem de imediato. ?Às vezes, quando a gente liga para dizer que surgiu a vaga, o dependente já não está mais disposto ou disponível para a internação. A família nem sabe onde ele se encontra?, declara a assistente.
Segundo o psiquiatra Cristóvão Madeira, o maior problema no que se refere ao atendimento dos dependentes químicos são as comorbidades, ou seja, doenças adquiridas em decorrência do uso abusivo de drogas. ?Nós precisaríamos de melhores condições para tratar, mais tempo de internação?, afirma o médico.
Por conta da falta de vagas, o dependente de álcool só fica de sete a quinze dias internado, enquanto os usuários de outras drogas permanecem por mais tempo, entre 20 a 30 dias. ?Às vezes a gente prorroga o prazo, mas isso gera um problema devido à lista de espera?, afirma Cristóvão.