Uma cena chocou um oficial de Justiça e dois advogados de uma imobiliária durante o cumprimento do mandado de desocupação em uma casa localizada na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Após arrombar um cadeado que trancava a porta da casa, o grupo sentiu um cheiro muito forte. Logo no primeiro andar da casa, havia um cão morto. Ao subir para o segundo andar da casa, o oficial e os advogados encontraram pelo menos outros 24 cadáveres de cachorros em avançado estado de decomposição.
A locatária é Elis de Freitas Parode, integrante do Gaspa Amigos Fiéis, entidade atua em Santa Maria recolhendo animais em situação de abandono. Ela diz que deixou a casa há cerca de três meses, mas que havia retirado todos os cães do local. Elis alega não saber como esses cães foram parar na casa.
"Animais não tinham lá há mais ou menos um mês. Inclusive eu estive lá há duas semanas ajeitando coisas, separando em sacolas. Animais não tinham mais. Pelo amor de Deus. Eu só tinha móveis lá, que era o combinado com o advogado que eu ia tirar. Fiquei doente neste tempo", disse.
Os cadáveres estavam em meio à imundice. Havia restos de pacotes de ração, pratos de comida, fezes, ratos mortos, cobertores, material de limpeza ainda fechados e alguns móveis.
O oficial de Justiça e os advogados chamaram a Patrulha Ambiental da Brigada Militar. No local, os policiais entraram na casa e vistoriaram o espaço, depois disso, conversaram com vizinhos.
A ordem de desocupação foi autorizada pela Justiça por causa de uma dívida de aluguel. Conforme os advogados da imobiliária, o local havia sido alugado há dois anos, mas houve uma divergência no pagamento do aluguel. Desde então, começou um embate judicial com a imobiliária e a locatária que culminou na ordem de desocupação do imóvel.