Moradores de seis vilas de Teresina estão apavorados. São mais de 20 mil famílias ameaçadas de perder suas moradias depois que uma ordem judicial determinou a reintegração de posse dos terrenos. As áreas são: Vila Firmino Filho, Vila Vitória, Vila Urbano Eulálio, Loteamento Vitória, 60% da vila Irmã Dulce e 50% das casas do Conjunto Jacinta Andrade. As famílias podem ser desocupadas a qualquer momento pela Polícia Militar.
A presidente da FAMCC (Federação das Associações de Moradores e Conselhos Comunitários), Neide Carvalho, afirmou que a federação tem acompanhado pela mídia sem intervir diretamente, para respeitar as lideranças comunitárias. Ela comentou que só um trabalho forte no setor de regularização fundiária poderia evitar situações como essa. "Essas áreas, mesmo as que são consolidadas, como a Vila Irmã Dulce, são irregulares", disse. A presidente afirmou que são necessárias políticas nesse setor para que essas pessoas não precisem invadir os terrenos.
Neide Carvalho comentou que o despejo viola os direitos humanos das famílias. O diretor da FACEPI (Fundação Cepisa de Seguridade Social), José Alves, contou que "Esses despejos são uma confusão terrível", onde muita gente sai machucada. "A regularização fundiária é o grande gargalo. Os poderes municipal, estadual e até o federal em menor parte, mas principalmente o municipal, não se reúnem para resolver. O prefeito tem que fazer algo, mas a prefeitura ainda não se manifestou", disse o diretor.
A presidente da FAMCC comentou que, com os programas federais voltados para habitação, fica mais fácil para os estados e municípios trabalharem estas questões. "Com uma integração dos poderes, a gente consegue! Não falta política, falta bom senso", disse. José Alves afirmou que "Existem áreas com mais de 50 anos, como o Parque Piauí, que foi fundado em 1967, ainda tem situações irregulares".