1.519 candidatos foram eliminados nos dois dias de prova do ENEM 2014

Deste total, 236 por uso indevido de celular ao realizar a avaliação

Enem | Reprodução
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O MEC (Ministério da Educação) informou neste domingo (9) que 1.519 candidatos inscritos no Enem 2014 (Exame Nacional do Ensino Médio) foram eliminados da prova por diversos motivos neste ano. Deste total, 236 por uso indevido de celular ao realizar a avaliação.

O ministro Henrique Paim afirmou que as eliminações ocorreram porque os candidatos cometeram irregularidades proibidas pelas regras do exame. Apesar das eliminações, o ministro classificou o exame deste ano como "tranquilo".

O uso de celulares e de outros equipamentos eletrônicos durante a prova é proibido. Mas minutos após o fechamento dos portões e o início da prova nos dois dias de prova, candidatos postaram fotos de gabaritos e de cadernos nas redes sociais. Em 2013, 47 estudantes foram eliminados por postarem foto em rede social ao fazer o exame, de acordo com o MEC.

O MEC e o Inep monitoraram as postagens relacionadas ao Enem nas redes sociais por todo o dia.

Além de celulares, o uso de outros dispositivos eletrônicos está vetado durante a prova. São eles: máquinas calculadoras, agendas eletrônicas ou similares, telefones celulares, smartphones, tablets, ipods, pen drives, mp3 ou similar, gravadores, relógios, alarmes de qualquer espécie ou qualquer transmissor, gravador ou receptor de dados, imagens, vídeos e mensagens. Também estão proibidos artigos de chapelaria como boné, chapéu, viseira, gorro e similares, além de óculos escuros.

Para evitar fraudes e irregularidades, o MEC preparou neste ano um forte esquema de segurança. Os profissionais que trabalharam na aplicação e fiscalização do exame foram treinados para abordar atitudes suspeitas e coibir ações irregulares.

Também foram usados mais 17 mil detectores de metal para identificar equipamentos eletrônicos usados indevidamente durante a realização da prova.

Neste domingo (9), foram aplicadas as provas de linguagens e códigos, matemática e redação. O tema da redação deste ano do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), "publicidade infantil em questão no Brasil".

Enem: Redação pediu postura 'menos' radical, dizem professores

O tema da redação deste ano do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), "publicidade infantil em questão no Brasil", pegou candidatos e avaliadores de surpresa, mas na opinião de professores ouvidos pelo UOL, trata-se de um tema pertinente e que exigia uma argumentação "menos radical" dos candidatos.

"O tema não é difícil. O que pode ter confundido os alunos é o tom da redação. Pela proposta, o ideal era não fazer um discurso muito radical ou amplo contra o consumismo, naquela linha de que 'o consumo faz a criança querer ter e não ser', mas trazer a discussão para a sociedade, porque o foco é a publicidade com relação às crianças, um público mais vulnerável", avalia o diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo.

Para a professora Cida Custódio, do laboratório de redação do Curso e Colégio Objetivo, o Enem esperava que os alunos escrevessem sobre como os países adotam suas legislações sobre o tema, qual a diferença entre um país com regras mais soltas e outro que proíbe qualquer tipo de publicidade infantil e, principalmente, oferecer sugestões de qual deveria ser o papel do Congresso Nacional e de outros agentes sociais, como a escola.

A proposta de redação trouxe um texto jornalístico que discute se a publicidade infantil deve ser proibida no Brasil, um infográfico sobre a publicidade para crianças no mundo e um texto sobre a criança como o consumidor do futuro.

Atualidade

Cida Custódio destacou a relação do tema com a cidadania, o que ela considera uma característica dos temas cobrados pelo Enem na redação. Para Tasinafo, o tema é atual e de relevância, e o candidato que aproveitou bem as discussões sobre temas como capitalismo, consumo e cidadania, muito falados nas aulas de sociologia e filosofia, "conseguiu reunir bons argumentos e se sair bem na redação".

"Mais uma vez o Enem aposta em um tema que evoca a cidadania. De 1999 para cá, esses temas são cada vez mais estão presentes nas provas, assuntos que envolvem a atuação do cidadão, individualmente ou coletivamente, visando melhorar a qualidade de vida da sociedade", diz a professora.

Segundo ela, o Enem buscou o tema na Resolução 163, aprovada em abril deste ano e que considera ilegal "a prática do direcionamento de publicidade e comunicação mercadológica à criança com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço". Pela medida, a publicidade pode continuar existindo, mas deve ser direcionada aos adultos.

"Essa medida foi muito mais discutida pelo mercado publicitário do que pela sociedade, daí a surpresa da escolha", avalia Cida.

"O tema deu margem para argumentos originais, com os candidatos trazendo as suas próprias experiências para o texto. Foi possível para se posicionar e apresentar as propostas de intervenção que o Enem sempre espera dos candidatos. Não uma conclusão geral, oferecer caminhos".

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