Dirigir falando ao celular é um hábito muito comum em todo o Brasil. Em Teresina, esse tipo de infração está entre as mais registradas pelos guardas de trânsito.
Dados da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans) mostram que a média de infrações realizadas chegam a cerca de 1.500 por mês. Além dos registros do Strans, há ainda os registros da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (Ciptran).
O comandante da Ciptran, major Alexandre Lucena, afirma que os números de pessoas que dirigem falando ao celular são semelhantes aos de pessoas que dirigem sem o cinto de segurança ou pilotam sem capacetes, infrações mais comuns na capital. Essa é considerada uma infração grave, com multa de R$ 127,69 e cinco pontos na carteira.
"Essa é um tipo de notificação que nós mais fazemos nas fiscalizações. Para multar o condutor, não precisamos pará-lo, só anotar a informações necessárias para o auto de infração", disse.
Um estudo feito nos Estados Unidos mostrou que não há diferença entre ter de segurar o celular junto ao rosto com a mão ou usar modelos ou acessórios que deixem as duas mãos livres, o perigo é o mesmo nos dois casos.
Falar ao celular ao dirigir aumenta em quatro vezes o risco de um acidente. "Ao falar ao celular, as pessoas usam parte do cérebro para essa atividade e isso influencia na sua atenção no trânsito. O risco de acidentes é muito grande", afirmou Lucena.
O celular tocando desvia a atenção de quem está guiando e dá início ao procedimento de risco: a primeira ação do motorista quando o aparelho toca é procurá-lo.
E não é somente o celular que não pode ser usado ao volante.
Bluetooth, fones de ouvido e outros equipamentos similares também são proibidos, porque tiram a atenção do motorista do trânsito.
O mesmo vale para o SMS, envio de mensagem de texto via celular. Se telefone e direção já formam uma combinação de risco, digitar uma mensagem ao celular potencializa o perigo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,3 milhão de pessoas morrem por ano em acidentes de trânsito. O uso do celular é a principal distração, que aumenta em até 400% o risco. No Brasil, é a quarta causa de acidentes de trânsito.