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Moradores deixam para trás casas com móveis e abandonam vila para fugir de facções em Fortaleza

Casas, comércios e até uma igreja evangélica foram abandonados.

Moradores fogem após ameaças de facções | Foto: Reprodução
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Uma vila de casas na cidade de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, ficou praticamente deserta depois que cerca de 30 famílias foram obrigadas a deixar o local por causa de ameaças de facções criminosas. Em alguns muros, marcas de pichações tentavam cobrir símbolos de grupos rivais. Com informações do g1.

A comunidade, conhecida como Jacarezal, foi palco de uma disputa entre os grupos Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP), que assumiu o controle da região após o enfraquecimento da facção Guardiões do Estado (GDE). Os confrontos entre os grupos deixaram um cenário de abandono e medo.

MORADOR FOI ASSASSINADO

A saída dos moradores aconteceu por volta do dia 22 de setembro, depois de semanas de conflitos e trocas de tiros. Segundo relatos, um morador foi assassinado por não obedecer à ordem para deixar a vila. Desde então, o local está vazio.

Moradores que vivem nas redondezas afirmam que continuam convivendo com ameaças e evitam circular na região à noite. Eles reclamam da falta de segurança e dizem que o policiamento é raro.

O Jacarezal fica próximo à CE-060, rodovia que liga Fortaleza a outras cidades do Ceará, o que, segundo especialistas, explica o interesse das facções na área. O local também era conhecido como ponto de venda de drogas.

Antes da expulsão, pichações com as siglas das facções podiam ser vistas nas paredes. Nas semanas que antecederam o abandono, símbolos do Comando Vermelho começaram a aparecer sobre as marcas antigas da GDE. Em seguida, a GDE anunciou aliança com o TCP, o que acirrou a disputa.

A situação ficou mais grave após uma série de tiroteios e um homicídio dentro da vila. Poucos dias depois, todos os moradores haviam deixado o local. Casas, comércios e até uma igreja evangélica foram abandonados.

“território fantasma”

Hoje, a vila é descrita pelos moradores da vizinhança como um “território fantasma”. Quem tenta voltar para buscar móveis ou objetos pessoais é impedido, segundo relatos. “Tem gente que tenta recuperar as coisas, mas não consegue. O medo é constante”, contou um morador, que preferiu não se identificar.

A Polícia Militar informou que reforçou o patrulhamento na área e que equipes da Polícia Civil seguem investigando as ameaças. O Ministério Público do Ceará acompanha o caso. A Prefeitura de Pacatuba declarou que não foi procurada oficialmente pelas famílias, mas que pretende apoiar ações de segurança no município.

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