LUCAS BOMBANA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assina nesta quarta-feira (9) uma ordem executiva estabelecendo os parâmetros para o governo lidar com os principais riscos, bem como para aproveitar os benefícios em potencial dos ativos digitais, incluindo as criptomoedas e a tecnologia blockchain.
"A ordem estabelece uma política nacional para os ativos digitais em seis prioridades: proteção ao consumidor e investidor; estabilidade financeira, financiamento ilícito; liderança dos EUA no sistema financeiro global; inclusão financeira; e inovação responsável", diz comunicado divulgado pela Casa Branca.
Os investidores e entusiastas do universo cripto parecem ter recebido de maneira positiva o anúncio –por volta das 12h, o Bitcoin operava em alta 8,74% no mercado internacional, negociado a US$ 42.501 (R$ 216,3 mil), de acordo com dados da Bloomberg.
"As possibilidades, ainda que não concretizadas, de os EUA perderem a hegemonia financeira e de as sanções [contra a Rússia] não serem mais tão eficientes por conta do desenvolvimento do mercado digital se traduzem em uma ordem executiva que parece ter vindo muito mais branda do que o mercado temia", afirma Humberto Andrade, analista da plataforma de negociação de criptoativos Mercado Bitcoin. "Era esse tipo de incentivo que o mercado precisava para ter confiança e trazer o volume de volta."
Conforme informações apontadas pelo governo americano, os ativos digitais, inclusas as criptomoedas, tiveram um "crescimento explosivo" nos últimos anos, ultrapassando um valor de mercado de US$ 3 trilhões (R$ 15,3 trilhões) em novembro do ano passado e ante cerca de US$ 14 bilhões (R$ 71,2 bilhões) há cinco anos.
Além disso, aproximadamente 16% dos americanos adultos, algo como 40 milhões de pessoas, já investiram e negociaram criptomoedas, aponta o governo Biden, lembrando ainda que mais de 100 países já estão em fase de experimentação de moedas digitais emitidas por Bancos Centrais (CBDC).
A ordem assinada pelo presidente americano também prevê os estudos para a criação de uma moeda digital oficial dos Estados Unidos, caso a emissão seja considerada de interesse nacional.
"O aumento dos ativos digitais cria uma oportunidade para reforçar a liderança americana no sistema financeiro global e na fronteira tecnológica, mas também tem implicações substanciais para a proteção do consumidor, estabilidade financeira, segurança nacional e risco climático", diz o documento do governo americano.
"Finalmente a Casa Branca reconheceu com a seriedade necessária o mercado cripto, o que fez o mercado reagir bem", diz Andrade, do Mercado Bitcoin.