Antes da retomada do Campeonato Espanhol, o Real Madrid tinha como missão ultrapassar o rival Barcelona e voltar a ser líder dentro de 11 jogos, que foram chamados pelo técnico Zinedine Zidane como 11 finais. Bastaram três partidas para os merengues tomarem a ponta da tabela, mas o técnico não mudou o seu discurso. Depois de vencer quatro jogos seguidos, o francês indicou que a mentalidade segue igual - mesmo diante do lanterna Espanyol, rival deste domingo.
- Sabemos desde o começo que são 11 finais, e agora faltam sete. Não muda nada o fato de termos ganhado quatro jogos. Temos que seguir, e o Espanyol vai deixar tudo muito difícil, pois precisam dos pontos. É outra final, e temos que jogar ao máximo - disse Zizou, que preferiu não opinar sobre a demissão do técnico do Espanyol, Abelardo Fernández, embora tenha se solidarizado com o colega.
Zizou foi questionado sobre o bom momento vivido por Sergio Ramos nesta retomada, além de a possibilidade de o defensor deixar o clube no futuro para se aposentar em outra liga, como a MLS. O francês - que atuou com o zagueiro em sua última temporada - indicou que não fica surpreso pelo alto nível do espanhol, e que espera que ele siga no Santiago Bernabéu até sua aposentadoria, como fez o próprio Zidane.
O treinador, então, indicou que não pretende ter uma carreira como técnico tão longa quanto a de jogador - desencadeando algumas perguntas sobre seu futuro a longo prazo. Zidane garantiu estar feliz por trabalhar "no melhor time do mundo" e que as críticas por derrotas não o afetam. Mas que há um desgaste.
- Eu fui melhor jogador que treinador. Mas havia melhores, embora esteja feliz pelo que fiz. Comigo vai ser assim, não vou treinar 20 anos, mas não sei quantos. Não planejo nada, o que me anima é o dia a dia. Tive 18 ou 19 anos como jogador, e quando me perguntavam se eu iria treinar, dizia que não. Ao fim, eu fui, mas desgasta muito.
Zidane fez elogios à defesa e ao ataque do Real Madrid, indicando que não houve grandes mudanças, além de o retorno dos atletas com grande vontade de trabalhar. Perguntado sobre a boa fase de Vinicius Jr, o técnico pregou cautela com todos.
- Todos os jogadores sabem onde estão, e todos que trabalha aqui têm momentos de altos e baixos. É a vida. Vini está bem, aproveitamos isso, mas tem que ir devagar, como com todos - opinou.