A crise no futebol do Vasco ganhou novos contornos nesta terça-feira. Alegando uma proposta do Qatar e atrasos nos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o meia Wagner acionou o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) e, em decisão liminar do juiz Lucas Furiati Camargo, da 44ª Vara do Rio, conseguiu a rescisão de contrato, o que liberou o experiente jogador, de 33 anos, a deixar o clube. A informação foi divulgada inicialmente pela "Rádio Globo" e confirmada pelo LANCE!.
Por se tratar de decisão liminar, a decisão pode vir a ser revertida pela Justiça no julgamento do mérito. O Vasco, assim que notificado, também pode recorrer da decisão despachada nesta terça-feira, datada da última segunda e, em caso de revisão, Wagner deverá suportar o ônus de eventuais prejuízos sofridos pelo clube de São Januário. A proposta do Qatar é do time Al-Khor Sports Club, que disputa a primeira divisão local. De acordo com a janela de transferência internacional da Fifa, Wagner tem até quinta-feira para acertar o novo contrato, o que motivou a decisão rápida do juízo.
Outro ponto alegadado, com apresentação de provas por parte de Wagner, foi o não recolhimento do FTGS do jogador por parte do Vasco no período não consecutivo de 17 meses. No Brasil, pelo inciso 2º do artigo 31 da Lei 9.615/98 (Lei Pelé), se pode rescindir contrato de atleta profissional em caso de atraso no pagamento de salário ou de direito de imagem, além da obrigação patronal de recolhimento de FGTS, no todo ou em parte, por período igual ou superior a três meses.
O LANCE! apurou que há a expectativa de outros jogadores também acionarem a Justiça, em decorrências de propostas, com a mesma alegação de atrasos no recolhimento do FGTS. O meia Yago Pikachu, artilheiro do ano no clube com 16 gols, um dos destaques do grupo, também recebeu nos últimos dias uma proposta do exterior e apenas não saiu por conta de Carlos Leite, seu empresário, tê-lo segurado por conta dos valores não ter sido de seu agrado. Vale lembrar que no início deste ano, o meia Escudero também deixou o Cruz-Maltino por meio da Justiça por conta dos mesmos motivos de atraso.
O Vasco se pronunciou oficialmente sobre o caso. Confira a nota abaixo:
'1) O clube firmou acordo com a Caixa Econômica Federal no dia 30 de agosto para o pagamento parcelado do Fundo de Garantia (FGTS) de todos os funcionários. Portanto, não há atraso já que o parcelamento foi formalizado antes do ajuizamento da ação.
2) Diante do fato de o FGTS do referido atleta não estar em atraso e, portanto, do entendimento de que as provas usadas por ele e que serviram de base para a concessão da liminar não foram completas, inclusive induzindo o juízo a erro, o Departamento Jurídico do Vasco vai recorrer da decisão.'