O passaporte estava pronto, apenas esperando o carimbo. O jovem time venezuelano ainda colaborou, com um erro primário de posicionamento na segunda etapa, e cedeu ao Brasil uma passagem mais fácil do que a esperada para a Copa do Mundo, em novembro, no Japão. Com o triunfo em sets diretos (25/14, 25/15 e 27/25), a seleção chega invicta ao duelo contra a Argentina que, neste domingo, às 12h, valerá o título do Sul-Americano.
Os hermanos folgaram neste sábado. Na sexta, com o time reserva, os rivais de domingo bateram o Paraguai e se garantiram na Copa do Mundo. No segundo set, os venezuelanos não conseguiam acertar o posicionamento. Por isso, a partida teve de ser paralisada algumas vezes. Bernardinho, inclusive, tentou ajudar os rivais a acertarem a rotação. Com os erros, os adversários deste sábado deram pontos seguidos de graça aos brasileiros.
- Foi um jogo meio atrapalhado no sentido tático e técnico. Eles erraram a formação no segundo set, e isso meio que nos desconcentrou. Não poderíamos ter relaxado ou dado moral. É um time de meninos, mas que quer ganhar. O importante é que nos classificamos para a Copa do Mundo - afirmou Dante.
Brasil passeia no primeiro set
A seleção entrou em quadra com força máxima: Sidão, Lucão, Marlon, Wallace, Murilo, Dante e Serginho. E, desde o princípio, encaixou o serviço, facilitando o trabalho do bloqueio. Sidão se transformou em muralha e conquistou os dois primeiros pontos no fundamento. Quando o passe venezuelano saiu na mão, Kervin Pinerua se destacou. Mas a estrela solitária pouco pôde fazer contra um conjunto inspirado.
Idolo Herrera solicitou dois tempos antes mesmo da segunda parada técnica, e seus comandados ficaram mais ligados. O esboço de reação sumiu quando Bernardinho colocou Bruninho e Théo em quadra. A dupla ajudou a aumentar a vantagem verde e amarela no placar e, quando saiu, viu do banco Sidão cravar uma bola espirrada pela defesa: 25/14.
O início do segundo set foi atrasado porque os venezuelanos não acertavam o posicionamento em quadra. Os opostos estavam cruzados com com um dos centrais ao invés do levantador. Quando a bola foi ao ar, no serviço de Paez, os adversários surpreenderam. Com o bloqueio bem prostrado, abriram 4/0. O problema na rotação, porém, fez com que os meninos fossem penalizados pela arbitragem e perdessem a concentração. Bernardinho precisou ajudar os rivais para que o jogo seguisse.
- Eles erraram os números. Tanto eles quanto os juízes não sabiam como posicioná-los. Ajudei para poder ter jogo, porque parava, parava, parava. Foi horrível. Não conseguíamos dar continuidade à partida - afirmou o técnico.
Na brecha, o Brasil cresceu e assumiu a ponta na primeira parada técnica. A Venezuela somou um erro atrás do outro, e nem a chamada de atenção do treinador surtiu efeito. Lucão se agigantou na rede e alargou a vantagem brasileira, contando ainda com os pontos cedidos em sequência pelo equívoco de posicionamento. Em um bloqueio de Théo, o Brasil marcou 2 a 0: 25/15.
Na terceira etapa, Rodrigão entrou na vaga de Lucão. Marlon usou bem o central do Sesi, mas os venezuelanos, com a rotação correta, comandaram em um primeiro momento. A vantagem, que chegou a ser de três pontos, desapareceu quando Dante foi acionado no fundo de quadra e colocou o Brasil na frente na segunda parada técnica: 16/15. O equilíbrio, reflexo da melhora de nível técnico, manteve o jogo emocionante até o fim. Quando os rivais empataram em 23 pontos, Bernardinho pediu tempo. A seleção ainda perdeu dois match points, mas Dante selou a vitória em sets diretos: 27/25.