A principal camisa que Marcelo Oliveira vestiu como jogador foi a do Atlético-MG, onde chegou a ser vice-campeão brasileiro, em 1977. Apesar de terminar com uma campanha invicta, o Galo viu o São Paulo levantar a taça: após dois empates por 0 a 0, o Tricolor levou a melhor nos pênaltis. Agora como técnico, está perto de fazer história justamente no grande rival atleticano. Contratado pelo Cruzeiro no dia 3 de dezembro de 2012, o treinador está a apenas uma vitória (no jogo contra o Grêmio, desde que o Atlético-PR não vença o São Paulo) do título do Brasileirão. Em entrevista ao "SporTV News", Marcelo revelou orgulho e honra por defender a Raposa.
- O Cruzeiro tinha perdido por 4 a 0 para o Santos (pelo Brasileirão de 2012) quando foi anunciado o meu nome. O Atlético-MG estava muito bem. Teve muito essa questão da rivalidade, que foi quebrada com trabalho, comprometimento, orgulho e honra de vestir a camisa do Cruzeiro. E ser profissional, acima de tudo - revelou, lembrando que, no começo, sua contratação não foi aprovada por parte da torcida celeste.
Antes de chegar ao Cruzeiro, o treinador passou um curto período no Vasco, em 2012. Mas seu trabalho de destaque foi no Coritiba, onde bateu o recorde de 24 vitórias seguidas, a maior sequência já alcançada por um clube de futebol em todo o planeta, além de ter chegado a dois vices da Copa do Brasil (em 2011 e 2012). O técnico explica a filosofia de jogo que procura passar aos seus comandados.
- A ideia é tentar fazer os jogadores técnicos se conscientizarem de que eles podem recompor e marcar também. Se um time, com vontade e organização, marcar bem, vai ter potencial muito grande quando estiver com a bola. É isso que tem acontecido com o Cruzeiro e com outras grandes equipes do Brasil. É um grupo forte, de qualidade semelhante, que se propôs a trabalhar dentro de um ambiente ótimo, com objetivos muito claros. Não por acaso estamos chegando nessa posição nesse momento - afirmou.
Disparado na liderança do Campeonato Brasileiro com 68 pontos, 13 a mais que o segundo colocado, o Atlético-PR, os profissionais do Cruzeiro estão convivendo com a ansiedade pela concretização da conquista, a segunda do clube na era dos pontos corridos (a primeira foi em 2003). Além de preparar o time taticamente, Marcelo também tem precisado controlar os atletas emocionalmente.
- A ansiedade bate sim. O sentimento que eu passo é que essa ansiedade pode ser minimizada através do trabalho. Com boa preparação, você entra no jogo muito mais confiante e a ansiedade passa à medida que a partida começa. É um campeonato considerado dos mais difíceis do mundo. Já começa com, pelo menos, 14 concorrentes ao título. E o Cruzeiro construiu uma vantagem expressiva. A gente espera concretizar isso nos próximos jogos - definiu.