A disputa pelo comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (6). O vice-presidente da entidade, Fernando Sarney, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão imediata do acordo que manteve Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF, alegando que o documento é juridicamente inválido devido à falsificação de uma das assinaturas.
O acordo em questão, homologado pelo STF em fevereiro deste ano, havia encerrado provisoriamente a disputa judicial sobre a legitimidade da eleição de Ednaldo, realizada em 2022. No entanto, segundo Sarney , que foi um dos signatários, a suposta assinatura do ex-presidente Coronel Nunes foi fraudada, o que comprometeria a legalidade do acordo.
“(Fernando Sarney) pede que (o STF) suspenda imediatamente os efeitos do acordo ora impugnado por simulação de negócio jurídico, a qual se evidencia pelas provas robustas que demonstram a invalidade jurídica da assinatura do Sr. Antônio Carlos Nunes De Lima”, diz a petição.
O que está em jogo
Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da atual gestão, com mandato até março de 2026, rompeu com Ednaldo Rodrigues e não integrou a chapa reeleita por aclamação para o período de 2026 a 2030. Agora, ele quer a anulação do acordo homologado pelo STF e o afastamento imediato de Ednaldo do cargo.
O atual presidente da CBF se sustenta também por uma liminar do ministro Gilmar Mendes, que o reconduziu ao cargo em janeiro deste ano. A justificativa da decisão foi evitar sanções esportivas ao Brasil por parte da FIFA, já que a entidade não admite interferência de terceiros, como um interventor, na gestão de federações nacionais.
Caso o pedido de Sarney prospere, o STF deverá julgar novamente o mérito do processo, reacendendo uma disputa judicial que já dura três anos.
Laudo aponta falsificação
Na última segunda-feira (4), a deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), ex-ministra do Turismo, também solicitou ao STF o afastamento de Ednaldo Rodrigues. Em sua petição, ela se baseia em um laudo que atesta como falsa a assinatura do Coronel Nunes no documento que validou a permanência de Ednaldo no cargo.
O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, deverá analisar as novas petições e os documentos anexados. Se forem confirmadas as irregularidades, a crise interna na CBF poderá escalar, colocando mais uma vez em xeque a estabilidade institucional da entidade que comanda o futebol brasileiro.