Guarulhos, Espírito Santo, Bela Vista, Vila Moraes, Interlagos, Cohab 5, Capão Redondo, Curitiba, Pirituba, Itaquá, Tatuapé, Praia Grande, Americana, Pindamonhangaba, Tucuruvi, Jundiaí, Itaquera, Mooca, Mogi Guaçu, Canadá, Cubatão, Indaiatuba, Suzano, Serra Negra, Sorocaba, Francisco Morato, Cangaíba, Austrália. Essas foram algumas das faixas de corintianos espalhadas em todo o anel superior e parte do inferior do Yokohama Stadium neste domingo 16 de dezembro. Nesses lugares e em todo mundo só há uma certeza: o Corinthians é o campeão mundial de 2012.
Não havia faixas do Peru. Mas camisas de um tal centroavante com a tradicional faixa transversal em vermelho havia, sim. Camisas de Guerrero, o autor dos dois gols que deram ao Corinthians o seu segundo título mundial. O segundo na vitória por 1 a 0 sobre o Chelsea, no estádio que já havia visto a seleção brasileira, o São Paulo e o Internacional triunfarem.
O peruano e o goleiro Cássio, com pelo menos cinco defesas importantes, mereceriam bicho dobrado após a noite que viu o Corinthians se igualar ao Barcelona como único bicampeão mundial em torneios organizados pela Fifa.
Numa invasão que tomou conta de Yokohama e de todo o Japão, corintianos de todas partes da capital paulista e de todo o mundo, fizeram o mundo conhecer o que é Corinthians. E com um título que já entra para história, não só pelo resultado, mas pelo que se viu fora dos estádios e nas cidades japoneses por onde passaram os loucos do bando.
Jornalistas ingleses, australianos, alemães, japoneses, espanhóis, franceses, indonésios... não há um gringo presente neste Mundial que não tenha se impressionado com o esforço de milhares de corintianos de estarem ali. No público de 68.275 divulgados pela Fifa ao menos 2/3 era de torcedores alvinegros, que fizeram do Yokohama Stadium um Pacaembu.
O jogo
Aos 9 minutos, a bola com chip talvez tenha tido sua primeira dura tarefa desde que foi adotada pela Fifa neste Mundial. Após cobrança de escanteio, Chicão não conseguiu cortar de dentro da pequena área, a bola sobrou para Cahill, que a queima roupa perdeu grande chance. Cássio salvou em cima da linha, claramente fora do gol, para alívio dos corintianos.
O Chelsea era melhor. Tinha mais de 65% da posse de bola até os 20 minutos do primeiro tempo, mas o Corinthians, bem postado, começava a arriscar depois de ser pressionado pelo time inglês nos primeiros minutos. Com Emerson, em roubada de bola depois de erro de Ramires, o Corinthians entrou com perigo na área rival pela segunda vez (Paulinho havia furado alguns minutos antes). De fora da área, Jorge Henrique e Paulinho também arriscaram mas sem obrigar Cech a fazer nenhuma defesa.
O Corinthians equilibrou o jogo e foi melhor na metade final do primeiro tempo. Aos 34, Chicão lançou na área, Guerero disputou com David Luiz, ganhou, cortou para a perna direita, mas chutou mal. A bola saía pelo lado direito do gol de Cech, mas Emerson a alcançou e conseguiu acertar o pé da trave direita do goleiro checo.
O assanhamento do Corinthians fez o Chelsea acordar e por pouco abrir o placar. Cássio evitou o pior. Primeiro aos 37, após chute de Torres e depois ao 39, em chute colocado de Moses, em que o goleiro se esticou todo para afastar para escanteio. O arqueiro foi peça fundamental do Corinthians para que o primeiro tempo terminasse sem gols.
No segundo tempo, sem mudanças em nenhum dos times, o Corinthians foi melhor. Controlou os nervos e contou com ótima partida de Danilo e o faro de Guerrero para sacramentar o placar final da vitória. O gol saiu após jogada iniciada pelo camisa 20 e que acabou na cabeça de Guerrero, como na semifinal contra o Al Ahly. O mundo é preto e branco pela segunda vez.