A Portuguesa chegou a ter o domínio total da partida, mas o Vasco foi guerreiro, não desistiu e conseguiu vencer por 3 a 1, de virada, na tarde deste sábado, no estádio do Canindé, pela 18ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Dos quase 10 mil espectadores do jogo, pelo menos 50% foram de fanáticos pelo clube carioca. Não à toa, o grito deles no final da partida era: ?Aha, uhu, o Canindé é nosso?.
O triunfo mantém o clube de São Januário na cola do líder Atlético-GO. As duas equipes têm 36 pontos, mas a equipe de Goiânia tem uma vitória a mais (11 contra 10) e leva vantagem no critério de desempate. No caso da Lusa, a derrota em casa não só impediu o time de voltar a figurar no G-4 como o fez cair duas posições: de quinto para sétimo. Tudo por conta das vitórias de Figueirense e São Caetano.
A partida deste sábado marcou a estreia do técnico René Simões na Lusa. Mas essa ele vai querer esquecer. Depois de um primeiro tempo excelente do time rubro-verde, o segundo tempo foi desastroso. Afinal, a equipe levou a virada e teve três jogadores expulsos (Ygor, Thiago Gomes e Preto).
A Portuguesa volta a campo já na próxima terça-feira, às 21h, para encarar o lanterna Campinense, na Paraíba. Já o Vasco tem novo desafio na Série B do Campeonato Brasileiro no sábado, dia 22, às 16h10m, diante do Ipatinga, no Rio de Janeiro.
Os dois primeiros minutos de partida foram bastante truncados, com muitas faltas de ambas as equipes. Só melhorou depois que o árbitro advertiu Ernani, do Vasco, com cartão amarelo por mão na bola. Com o jogo mais solto, não demorou para a Portuguesa abrir o placar no Canindé.
Aos quatro minutos, após bobeada do meio-campo da equipe carioca, Acleisson roubou a bola e tocou para Preto. O meia fez ótimo passe para Dinei na grande área. O atacante teve tempo de dominar e escolher o canto para fazer 1 a 0 para os donos da casa. A desvantagem no placar abateu o Cruzmaltino, que recuou.
Somente aos 12 minutos é que Carlos Alberto conseguiu encontrar Elton em boa posição na esquerda. O atacante vascaíno, porém, tentou driblar e perdeu a bola para a zaga adversária. A torcida chiou na arquibancada. Dois minutos depois, uma baixa na Portuguesa. Fellype Gabriel, ex-Flamengo, deixou o campo com lesão muscular.
A entrada de Heverton mudou um pouco o estilo de a Lusa jogar. Deixou o meio-campo mais lento. Foi aí que o Vasco começou a crescer na partida. Mesmo assim, com dificuldades na criação, as chances mais perigosas eram em chutes de fora da área, como um de Vilson, aos 18, e outro de Enrico, aos 22 minutos.
O melhor momento dos cariocas foi aos 33 minutos, em cabeçada de Gian que Fábio defendeu. Depois, porém, a Lusa voltou a assustar. Primeiro com Dinei, aos 37. O atacante acertou a trave após cruzamento de Heverton. E aos 44, com toque de letra do meia, que Prass defendeu. Pelo Vasco, Elton tentou aos 47, mas sem sucesso.
Para o segundo tempo, o técnico Dorival Júnior resolveu sacar o volante Nilton e escalar o atacante Adriano. Do lado da Portuguesa, o técnico René Simões manteve a mesma formação que terminou a etapa inicial. E assim como no começo da partida, as faltas foram o destaque dos primeiros minutos. Até o cartão amarelo para Mateus.
A Lusa só não esteve mais perto do segundo gol aos quatro minutos por uma decisão errada de Preto. O meia fez ótima jogada e chutou por cima do gol de Fernando Prass, bem longe. Só que o atacante Dinei aparecia livre pela direita e sairia na cara do gol. Aos 5, porém, Preto se redimiu ao forçar boa defesa do goleiro adversário.
O bom momento da Portuguesa, porém, estava com os minutos contados. Em apenas dois lances, o panorama da partida mudou. Aos 11 minutos, após cobrança de falta da direita por Carlos Alberto, o zagueiro Gian cabeceou com perfeição para empatar. No minuto seguinte, Ygor perdeu a cabeça, entrou forte em Alex Teixeira e foi expulso.
Com um jogador a mais em campo, o Vasco tentou fazer pressão. Só que a equipe do técnico Dorival Júnior não esperava uma reação infantil de Ernani, que cometeu falta sem bola na lateral e também levou o cartão vermelho, aos 15. Aos 20, no entanto, o time de São Januário quase virou. Carlos Alberto cruzou para Elton, mas a zaga tirou.
Aos 22 foi a vez de a Lusa assustar. Edno se livrou do goleiro Fernando Prass e bateu cruzado. Vilson, bem colocado, salvou em cima da linha. Daí por diante, o jogo continuou bastante disputado, mas sem a mesma força ofensiva apresentada antes pelas duas equipes. Desorganizadas, as equipes tentavam a todo custo o segundo gol.
E quem levou a melhor nessa foi o Vasco. A equipe de São Januário não desistiu, pressionou e chegou ao gol da virada aos 37. Elton fez ótima jogada pela direita e cruzou na medida para Adriano completar para o fundo do gol: 2 a 1. O time ainda ampliou com Elton, de pênalti, aos 49. A Lusa teve mais dois expulsos: Thiago Gomes e Preto. Esse último por ter cometido a infração que gerou o terceiro gol carioca.