Fazia tempo que o Vasco não jogava no Maracanã. Quase sete meses. Empolgados, os vascaínos compareceram ao reencontro - o público foi de 42.408 pagantes e quase 50 mil presentes (49.460), com renda de R$ 1.324.410. Gritaram o tempo inteiro. Teve até ola. Disseram sim aos apelos da diretoria com louvor. O time precisava quebrar o jejum de quatro partidas sem vencer na Série B para ficar mais perto do retorno à Primeira Divisão. E, mesmo com um futebol ainda devendo, principalmente no primeiro tempo, pelo menos conseguiu os três pontos. A vitória sobre o ABC na tarde deste sábado por 1 a 0 marcou bem o retorno do técnico Joel Santana ao estádio onde sagrou-se tantas vezes campeão - foram 1.576 dias de espera.
O gol de Douglas, de pênalti, aos 48 minutos do primeiro tempo, deixou o Vasco com 59 pontos na tabela. Na terceira posição, o time busca os 65 pontos que, nas contas mais recentes, o garantiriam de volta à Série A em 2015 - Joinville e Ponte Preta já conseguiram duas das quatro vagas. Na próxima rodada, a de número 35, os cruz-maltinos vão a Fortaleza encarar o Ceará, no Castelão. O ABC, que se mantém com 41 pontos e na 13ª posição, ainda busca se livrar de vez do descenso. Na terça-feira, vai encarar a já rebaixada Portuguesa no Canindé.
Gol de pênalti
A torcida fez a sua parte. Com 30 minutos de jogo, ainda tinha fila de torcedores do lado de fora para entrar. Em campo, o Vasco saiu com vantagem no marcador, mas decepcionou no primeiro tempo. Ir ao ataque era o lema assim que o juiz apitou a saída de jogo. Os mais de 40 mil pagantes se inflamaram. Mas o time teve dificuldade de tudo. De evoluir as jogadas pelas laterais, pelo meio ou até de bater para o gol de longe. O meio-campo tomava a bola, mas pouco se criava. Faltava inspiração a Douglas. Carlos César e Diego Renan tentavam, mas não chegavam ao fundo. A bola nem ia para Kléber. Máxi Rodríguez se desdobrava. E quem levou perigo primeiro foi o ABC. Aos 15 minutos, Fábio Bahia fez boa jogada pela esquerda e tocou para Rodrigo Silva bater. A bola resvalou na zaga, e Martín Silva defendeu.
Os cruz-maltinos tentavam dar o troco. Kleber fez boa jogada com Diego Renan, que no entanto encontrou uma defesa atenta para interceptar o cruzamento. E foi assim durante boa parte do tempo. A torcida se impacientou. O ABC se aproveitou. Defesa marcando bem. Diego Jussani e Suéliton firmes, meio-campo pegador, com Fábio Bahia veloz, laterais esforçados e um Rodrigo Silva atento no ataque. Mais uma vez teve a chance de abrir o placar, em centro do veloz Samuel. A bola passou rente à trave. O susto não ficou por aí. Ronaldo Mendes mandou petardo, e Martín Silva fez outra boa defesa. Sim, o ABC criou três boas oportunidades.
A equipe potiguar poderia ter saído de campo com a vantagem nos primeiros 45 minutos. Mas futebol tem dessas coisas. Aos 45 minutos, naqueles momentos de branco total, a defesa toda errou. Madson escorregou, Diego Renan tomou a bola e centrou. Diego Jussani falhou, a bola sobrou para Carlos César, que invadiu e foi derrubado por Gilvan. Pênalti e expulsão do goleiro, último homem da defesa. Douglas cobrou, a bola bateu numa trave e morreu na rede do outro lado: 1 a 0, nos acréscimos, aos 48. A torcida vibrava.
E se o Vasco demorou 48 minutos para chutar a gol - no caso, com sucesso -, demorou apenas um na segunda etapa para levar perigo. Aranda, eficiente no combate, pegou sobra de escanteio e chutou com perigo de canhota, rente à trave. Agora com um jogador a mais, o time se soltou e encontrou um ABC recuado. Pedro Ken se contundiu logo e cedeu lugar para Thalles. O atacante não demorou a aparecer bem, mas bateu no meio do gol, para defesa de Camilo. Diego Renan também teve a sua chance, mas a bola foi para fora. O ABC já estava entregue quando Douglas fez linda jogada e quase marcou golaço. O ABC ainda tentou no fim, mas a vitória estava sacramentada. E a torcida vascaína reencontra com alegria o Maracanã, pela primeira vez depois da final do Campeonato Carioca, contra o Flamengo.
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