O Vasco resolveu dar um prazo para que Romário apresente documentos que comprovem a dívida que o clube teria com ele. Em 2004, o então presidente Eurico Miranda assinou uma confissão de dívida, que foi aprovada no Conselho, de cerca de R$ 22 milhões. O valor passou a ser pago em parcelas. Mas desde novembro do ano passado, a atual administração suspendeu o pagamento por não encontrar provas de como foi gerada a dívida.
Na época, Romário e seus advogados foram notificados da suspensão do pagamento. Mas ainda não apresentaram documentos que comprovem a dívida para que a situação seja normalizada. Se isso não ocorrer, o Vasco vai considerar que ela não existe.
No último balanço divulgado pelo clube, a dívida com Romário estava descriminada em dois momentos: em "credores diversos", no valor de R$ 866 mil, e em "empréstimos a terceiros", em que a quantia era de R$ 13.935.000,00.
- Ele foi notificado. Se o Romário não comprovar a dívida, podemos suspender a confissão que foi feita pela administração passada. Não sabemos do que se trata essa dívida. Se foi empréstimo, salários... se ela existe ou não - disse o vice de finanças do Vasco, Nelson Rocha.
O Vasco recebeu uma carta do advogado de Romário alegando que o pedido do clube para que fosse comprovada a dívida era desnecessário e impertinente. O caso deve parar na Justiça.
Nas últimas semanas, Romário viu vários casos envolvendo a sua situação financeira serem divulgados. Acusações de que não teria pagado a pensão alimentícia dos filhos Romarinho, de 15 anos, e Moniquinha, de 19, o ex-atacante chegou a ficar 22 horas preso em uma sala de identificação da 16ª DP, na Barra da Tijuca. Só foi solto após um acordo na Justiça.
O Baixinho também foi condenado a pagar a Zagallo uma indenização - que ainda está sendo calculada e pode chegar a R$ 900 mil - por causa de uma caricatura na porta do banheiro de um bar. Zico também entrou com um processo, mas a ação corre em segredo de Justiça. Ele também foi obrigado a pagar R$ 43 mil por agredir um torcedor nas Laranjeiras, na época em que atuava pelo Fluminense, em 2003.
Além disso, Romário acumula dívidas referentes a seus apartamentos. Há seis anos ele não paga o condomínio do prédio onde vive e chegou a ficar sete anos sem pagar IPTU. É a mesma situação no imóvel onde vivem Mônica e os filhos, fazendo com que a dívida nos dois apartamentos beire os R$ 3 milhões. Existe ainda um processo movido por um vizinho de Romário, cobrando R$ 5,5 milhões por causa de vazamentos em dois apartamentos no andar de baixo. Por causa disso, a cobertura do ex-jogador irá a leilão no fim do mês.
Na última segunda-feira, Romário também foi condenado pelo juiz Mario Olinto Cunha Filho, da 2ª Vara Cível Regional da Barra da Tijuca, a pagar uma indenização de R$ 3.759,19 ao técnico de som Bruno Lima Freire, que teria recebido cheques sem fundos como pagamento de parte de um serviço. E teve o nome ligado a um jogo de azar conhecido como "Pirâmide".
Há ainda uma pendência referente ao imposto de renda sobre a pensão paga por Romário aos filhos Romarinho e Moniquinha, cujas dívidas, somadas, chegam a R$ 7 milhões. Romário entrou com uma ação na Justiça acusando-a de usar o dinheiro com gastos pessoais, para fazer com que ela pague essa dívida.