Matematicamente eliminado da Taça Rio neste domingo, o Vasco, enfim, conseguiu a primeira vitória no returno do Campeonato Carioca. Tarde demais. Em dia de pouco público (546 pagantes - o pior de um clube grande nesta edição) e protestos em São Januário, o time de Paulo Autuori fez primeiro tempo muito ruim, mas recuperou-se na etapa final e conseguiu vencer o Friburguense por 2 a 1. Tenorio e Dakson marcaram para o Cruz-Maltino, enquanto Lucas fez para o Frizão. Com o resultado, o Vasco sai da lanterna do Grupo A, chega a quatro pontos e apenas cumprirá tabela contra Quissamã e Madureira.
Decisivo em seu primeiro toque na bola, aos 37 do segundo tempo, o meia Dakson elogiou a luta da equipe.
- Independentemente de quem tenha feito o gol, o que vale é a vitória. Espero que o time reencontre o caminho da vitória. Sempre coloco o grupo na frente. O espírito de luta foi o que valeu e saímos vitoriosos - disse.
As chances de classificação do Friburguense diminuem. O time está em quarto lugar na chave, com seis pontos, tem ainda três partidas a cumprir, mas uma delas é contra o Botafogo.
Na sexta rodada, o Friburguense encara o Madureira, no Eduardo Guinle, sábado, às 16h. No domingo, apenas para cumprir tabela, o Vasco recebe Quissamã no mesmo horário.
Nivelado... por baixo
Eliminado, em crise, desencontrado. Motivado, disposto, mas limitado. Adjetivos atribuídos a Vasco e Friburguense, respectivamente, no entediante primeiro tempo em São Januário. Foram 45 minutos de futebol ruim, que pouca gente viu das arquibancadas. As organizadas do Cruz-Maltino decidiram não entrar no estádio e protestaram no portão principal. Dentro, houve quem pedisse a renúncia do presidente Roberto Dinamite.
Ainda com chances de ir à semifinal da Taça Rio, o Frizão lançou-se ao ataque e dominou as primeiras ações. Bidu chutou forte e assustou Michel Alves. Depois, Diego Guerra acertou uma cabeçada na trave. Desencontrado e desnorteado, o Vasco custou a chegar ao gol adversário de forma organizada. Só aos 21 minutos conseguiu levar perigo. Após o cruzamento de Fellipe Bastos, Pedro Ken cabeceou mal.
O lance deu ao Vasco uma melhora tímida, mas que resultou em gol, aos 24. Bernardo bateu da entrada da área, o goleiro Adílson deu rebote, e Tenóorio concluiu para fazer 1 a 0. Na comemoração raivosa, expressão fechada e socos no ar. Gol que encerrou um jejum: a equipe não marcava há cinco partidas e pela primeira vez marcou na Taça Rio.
Em desvantagem, o Friburguense voltou a jogar melhor e chegou ao empate. Aos 35, Lucas chutou de muito longe, o goleiro Michel Alves demorou a saltar para tentar defender e viu a bola entrar no meio da meta. O segundo gol vascaíno quase saiu aos 40. Tenório tentou em chute forte dentro da área, mas Adílson defendeu.
Alterações de Autuori funcionam, e Dakson decide
Paulo Autuori mandou o Vasco para o segundo tempo com uma mudança. O lateral-esquerdo Yotún saiu para a entrada de Elsinho, que assumiu a lateral direita, enquanto Nei foi deslocado para a esquerda. A alteração pouco acrescentou nos primeiros minutos, e as duas equipes jogavam em ritmo lento. A partir da segunda mexida de Autuori, no entanto, o Cruz-Maltino cresceu. Thiaguinho ficou com a vaga de Tenorio e deu mais velocidade ao time. Em dois chutes da entrada da área, Bernardo obrigou o goleiro Adílson a se virar para evitar o segundo. Pela primeira vez na partida, os torcedores apoiaram o Vasco.
O Frizão passou a tentar explorar contra-ataques, mas sem sucesso. Nem a necessidade de vitória para seguir firme na disputa pela classificação impulsionou o time, que errou passes ao extremo e pouco criou.
O ímpeto do Vasco não diminuiu, apesar de o time não conseguir vencer a defesa do Friburguense. Depois de Bernardo, foi a vez de Romário parar no goleiro Adílson, que passou a ser o principal nome da equipe da Região Serrana. A terceira mudança de Autuori foi decisiva. Dakson entrou no lugar de Fellipe Bastos, muito vaiado na saída de campo, aos 36. No primeiro toque na bola, o meia recebeu na área e bateu no cantinho para conseguir fazer 2 a 1. Enfim, a primeira vitória cruz-maltina na Taça Rio. Tarde demais.