Na busca pela hegemonia de títulos da Copa América e querendo coroar uma geração de novos ídolos, o Uruguai tenta neste domingo, em Buenos Aires, conquistar seu 15º caneco continental. "Queridinha" pela mídia, a Celeste terá pela frente na decisão o surpreendente Paraguai que, para muitos, não merecia estar na final. O motivo? A campanha de cinco empates e nenhuma vitória no torneio. O duelo, que coloca o ?bem? contra o ?mal? da Copa América, está marcado para 16h (de Brasília) no estádio Monumental de Nuñez em Buenos Aires.
Protagonista da competição após as eliminações de Brasil e Argentina, a seleção uruguaia, que por sinal despachou os hermanos nas quartas de final ? enquanto os paraguaios fizeram o mesmo com a equipe canarinho -, tenta evitar o rótulo de favorita, que ganhou força após a boa vitória sobre o Peru na semifinal. E, tampouco, menospreza o adversário que chegou na decisão após derrotar nos pênaltis a Venezuela.
Para os jogadores isso pouco importa (campanha sem vitórias do Paraguai). Isso é uma final. Talvez para a imprensa, para a opinião pública conte alguma coisa. Mas para os jogadores, não. Eles virão com a mesma ambição que a nossa, que é ganhar o título ? disse o capitão Lugano que, neste domingo, completará 64 jogos pela Celeste, entrando na lista dos 10 atletas que mais defenderam o país em toda a história.
Para a partida, que pode marcar o fim de um jejum de 16 anos sem títulos do Uruguai (o último foi na Copa América de 1995), o técnico Oscar Tábarez repetirá o time que bateu os peruanos na última terça-feira. A única exceção será a utilização do volante Diego Pérez que, após cumprir suspensão, entrará no lugar de Gargano. Recuperado de lesão, o atacante Cavani, apesar de ser um dos principais nomes do elenco, ficará como opção no banco de reservas.
Paraguai com desfalques, ?pero? confiante
Alheio ao fato de não contar tanto com a simpatia da mídia e dos torcedores de seleção eliminadas, o Paraguai sonha com o título que não vem desde 1979, quando Romerito, que viria a ser ídolo do Fluminense anos depois, comandou a seleção na final diante do Chile. Para a partida na ?cancha? do River Plate, os Guaranis terão quatro desfalques para a partida: o atacante Roque Santa Cruz (machucado), o zagueiro Aureliano Torres (machucado), o meia Jonathan Santana (suspenso) e, o pior deles, o do técnico Gerardo Martino.
O treinador argentino, que assim como Tábarez está há praticamente cinco anos à frente da seleção paraguaia, foi expulso na conturbada semifinal contra a Venezuela e terá que assistir ao jogo das tribunas. A equipe será comanda pelo terceiro assistente de Martino, Adrian Coria, pois o auxiliar direto do treinador dos Guaranis, Jorge Pautasso, também foi expulso no duelo contra Vinotinto.
Apesar não poder ficar no banco, Martino está confiante no triunfo e pouco se importa se ele vier, novamente, com um empate.
- O que importa é sermos campeões. Ganhar a Copa é muito importante. Se o resultado de domingo for igual vou festejar como festejei contra a Venezuela ? disse o treinador.
Duelo parelho
Mas, se depender dos números, as chances de um empate neste domingo são pequenas. Uma partida entre Uruguai e Paraguai não termina com igualdade há 12 anos (oito jogos). O último aconteceu em julho de 1999. E na história do confronto entre os dois finalistas, o equilíbrio dá o tom. Em 68 encontros, a Celeste venceu 28 vezes, três triunfos a mais apenas do que os Guaranis.
No último duelo, pelas eliminatórias para a Copa da África do Sul, em março de 2009, os uruguaios levaram a melhor e venceram por 2 a 0, com gols de Lugano e Forlán.