Há 40 anos, a Tunísia vencia seu primeiro e único jogo em Copas do Mundo, derrotando o México pelo placar de 3 a 1. Nesta quinta-feira, o jejum chegou ao fim. Após quatro décadas, em duelo de eliminados, a equipe africana venceu, de virada, o Panamá por 2 a 1, se despedindo da Copa com um belo triunfo.
Com o resultado, os tunisianos voltam para casa com três pontos conquistados e na terceira colocação do Grupo G. Do outro lado, o Panamá deixa a Rússia sem nenhum ponto conquistado, mas orgulhoso por ter disputado seu primeiro Mundial na história. Pelo mesmo grupo, a Bélgica assegurou a liderança, deixando a Inglaterra com a segunda posição.
O primeiro tempo começou disputado, com ambas as equipes dando o máximo e tentando aproveitar todos os lances. A partida era truncada, com o Panamá mantendo maior posse de bola e tentando achar espaços na defesa panamenha, que se mantinha bem postada. O final da primeira etapa, porém, mudou de roteiro e ficou mais agitada, após Rodríguez balançar a rede do goleiro tunisiano Mathlouthi, após desviar no zagueiro Meriah, a quem foi creditado gol contra. A Tunísia iniciou a pressão em busca do gol de empate e chegou a levar perigo, porém acabou indo para intervalo com a desvantagem no placar.
Os tunisianos queriam o empate de qualquer maneira e começaram a segunda etapa começou indo para cima. E foram premiados com o gol logo aos cinco minutos, marcado pelo atacante Ben Youssef. A pressão africana seguiu firme e o time conseguiu a virada com Khazri, aos 20 minutos. O Panamá até tentou chegar ao ataque e garantir pelo menos o empate. Chegou a ter um gol anulado e duas boas chances já nos acréscimos, mas não teve sucesso e viu a Tunísia levar a vitória.
O JOGO
Equilíbrio desde o início
O Panamá começou indo para cima, marcando no campo de ataque e tendo uma falta perigosa nos primeiros minutos. A Tunísia, no entanto, logo equilibrou o jogo e não tardou para ter sua primeira chance. Aos cinco minutos, Sliti fez boa jogada pela esquerda, limpou a marcação e cruzou rasteiro na entrada da pequena área para Ben Youssef desviar, mas o chute saiu fraco e a bola ficou com Penedo.
A partida era lá e cá, com ambas as equipes criando oportunidades. Os tunisianos mantinham maior posse de bola e se colocavam no seu campo de defesa, tentando achar espaços na zaga panamenha, que se fechava bem. Aos 18 minutos, os centro-americanos tomaram um susto, quando Bedoui subiu mais alto que a defesa e cabeceou com perigo, mas Penedo se esticou e fez bela defesa.
Segundo gol panamenho na história das Copas do Mundo
O jogo era truncado, até que o Panamá começou a pressionar os adversários, o que logo surtiu efeito. Aos 32 minutos, Rodríguez chutou de fora da área, a bola desviou em Meriah e enganou o goleiro Mathlouthi e foi para o fundo da rede. O arqueiro até tentou voltar para recuperar a bola e fazer a defesa, mas já era tarde demais e os panamenhos abriram o placar. Apesar da comemoração de Rodríguez, o site da Fifa creditou o gol como contra do zagueiro tunisiano.
Reação tunisiana
A Tunísia passou a pressionar os adversários em busca do gol de empate. Com 38 minutos jogados, o gigante de 1,93m, Ben Youssef, subiu alto na área e aproveitou cruzamento da esquerda, mas a bola acabou saindo por muito pouco.
Dois minutos depois, Khazri recebeu cruzamento na área e chuta de primeira, mas mandou muito longe, perdendo boa chance de deixar tudo igual em Saransk. Aos 45, os tunisianos ainda tentaram uma última vez. Khazri recebeu na grande área, chutou e a bola desvia na zaga. Ele mesmo pegou o rebote e finalizou novamente, parando na defesa de Penedo. Em mais um rebote, Sliti vinha preparado para só empurrar a bola para o gol, mas Torres chegou antes e afastou o perigo na cara do gol.
A busca pelo empate seguiu firme desde o início da etapa complementar. A Tunísia foi para cima e viu o Panamá se fechar, colocando mais um zagueiro em campo no lugar de um atacante. E não demorou para a rede balançar. Aos cinco minutos, Khazri recebeu de Sliti, viu Ben Youssef entrando livre na pequena área e deu passe preciso para o atacante apenas empurrar para o fundo do gol.
A Tunísia continuava pressionando e teve mais uma oportunidade aos sete minutos, após Khazri ser derrubado por Cummings e a bola sobrar para Ben Youssef, que invadiu a área e chutou firme, mas a bola explodiu na perna do goleiro.
Em meio à pressão africana, quase que o goleiro Mathlouthi se complica, após sai mal do gol e dividir no alto com Tejada. O arqueiro conseguiu afastar, mas a bola sobrou para Bárcenas, que chutou de primeira e a bola explodiu no rosto de Mathlouthi. Contudo, o juiz já havia assinalado falta em cima do goleiro.
Aos 20, Khazri recebeu dentro da pequena área e apenas teve o trabalho de empurrar a bola para o gol vazio, virando a partida para a Tunísia.
Panamá tentou até o fim
Os panamenhos não queriam encerrar sua participação na Copa com mais uma derrota e tentava no gol de empate. Com 27 jogados, Bárcenas marcou um golaço para o Panamá, mas o juiz anulou por uma falta de Tejada na jogada anterior.
Mesmo nos acréscimos, a equipe da América Central não desistia e seguia tocando bola no campo de ataque. Aos 47, Godoy mandou de primeira, mas pegou muito mal na bola e desperdiçou grande chance. Um minuto depois, mais uma oportunidade panamenha em cobrança de falta, que foi defendida por Mathlouthi, decretando o triunfo tunisiano.
FICHA TÉCNICA
PANAMÁ 1 X 2 TUNÍSIA
Local: Arena Mordovia, em Saransk (Rússia)
Data: 28 de junho de 2018 (Quinta-feira)
Horário: 15h (de Brasília)
Árbitro: Nawaf Shukralla (Bahrein)
Assistentes: Abdulla Tulefat (Bahrein) e Taleb Al Marri (Catar)
Cartões amarelos: Ávila, Gabriel Gómez, Tejada (Panamá); Sassi, Badri, Chaaleli (Tunísia)
Gols: PANAMÁ: Meriah (contra) aos 32 minutos do primeiro tempo; TUNÍSIA: Ben Youssef, aos cinco minutos do segundo tempo, Khazri, aos 20 minutos do segundo tempo.
PANAMÁ: Jaime Penedo; Adolfo Machado, Román Torres (Tejada), Fidel Escobar e Ovalle; Ricardo Ávila (Arroyo), Gabriel Gómez, Eric Bárcenas, Aníbal Godoy e José Rodríguez; Gabriel Torres (Cummings)
Técnico: Hernán Darío Gómez
TUNÍSIA: Aymen Mathlouthi; Hamdi Nagguez, Bedoui, Yassine Meriah e Haddadi; Ellyes Skhiri, Chaaleli e Ferjani Sassi (Badri); Fakhreddine Ben Youssef, Sliti (Khalil) e Wahbi Khazri (Srarfi)
Técnico: Nabil Maaloul