Pouco mais de três meses depois do acidente que deixou 71 mortos aos arredores de Medellín, Johan Alexis Ramírez, de 15 anos, teve relevantes mudanças em sua vida. O jovem foi um dos voluntários que ajudou no resgate das vítimas do voo que levava a delegação da Chape em direção à Colômbia.
Johan e seu pai ajudaram os socorristas para que chegassem mais rápido ao local do acidente, já que conheciam atalhos. O garoto colombiano ainda ficou conhecido como "Anjo da Chape " e chegou a ser homenageado pelo conterrâneo James Rodríguez, camisa 10 do Real Madrid.
"Minha vida mudou muito (após o acidente) porque várias pessoas me ajudaram com muitas coisas. A solidariedade te dá recompensas", disse o jovem à "Folha de S. Paulo".
Johan Ramirez recebeu bolsa de estudos e teve sua casa, localizada na região de Antioquia, reformada. Sob responsabilidade da fundação local Compasión, que apoia agricultores, a residência que antes parecia um barraco apertado, ganhou novos cômodos e móveis. No terreno, 71 mudas foram plantadas, em homenagem ao número de mortos no acidente.
Em dezembro do ano passado, o colombiano foi condecorado com a Ordem de Rio Branco, no Palácio do Planalto, em Brasília. Ele e outros civis e militares do país foram homenageados pelo presidente Michel Temer, devido aos serviços meritórios e virtudes cívicas no resgate. Na ocasião, Johan Ramirez recebeu ainda uma camisa da seleção brasileira de futebol com seu nome.
Resgate
No momento do acidente, o jovem colombiano estava assistindo televisão em sua casa, na companhia de seu pai, Miguel Ramirez. O terreno está localizado a quatro minutos do local onde ocorreu o choque do avião com o morro, nomeado Cerro Chapecoense.
Por conhecerem os arredores, contribuíram com os socorristas. "Conhecíamos o caminho e indicamos o mais fácil. Eles estavam abrindo o caminho pelo morro e iriam demorar muito", conta o "Anjo da Chape".