A esperança nos pés de um atacante fora de forma, a necessidade de vencer bem longe de casa e a euforia quase incontrolável do adversário. Eis, em linhas gerais, a delicada situação do Flamengo nas quartas de final da Taça Libertadores contra o Universidad de Chile. Mas, voltando só um pouco no tempo, a torcida recorda-se de um episódio semelhante em que o Rubro-Negro era a parte empolgada da história.
Do outro lado, nas oitavas da Libertadores de 2008, o América-MEX. Derrotado por 4 a 2 no estádio Azteca, os mexicanos completaram 12 jogos sem triunfo, perderam o técnico Rubén Romano e apostavam todas as fichas no ?gordinho? Cabañas para conseguir uma (improvável) vitória por três gols contra um Maracanã em festa.
O fim da história todo mundo conhece. E agora Adriano entra no papel do paraguaio. Recuperando-se da ausência na lista da Copa do Mundo, o atacante voltou a comemorar um gol na derrota por 3 a 2 para no Maracanã.
E o Flamengo precisa dele na partida de volta, quinta-feira, em Santiago. Se a defesa não inspira confiança, cabe ao Imperador chamar a responsabilidade. Para avançar às semifinais somente uma vitória por dois gols de diferença ou por um, a partir de 4 a 3. A repetição do placar do jogo no Maracanã leva a decisão para os pênaltis.
Como não poderia deixar de ser, o lema do ?Eu acredito? tomou conta do elenco e da comissão técnica. No Twitter, Petkovic avisou:
- Vamos encarar o jogo de ontem (quarta) como o primeiro tempo. O segundo vamos jogar lá e temos a chance de reverter, sim. Ainda acredito.
No vestiário após a partida, o técnico Rogério Lourenço fez um discurso ao grupo e pediu para que ninguém desista. O Flamengo enfrentou o Universidad três vezes nessa Libertadores: perdeu duas e empatou uma. Os chilenos estão invictos no torneio.
- Futebol tem de acreditar sempre. Se não acreditar, melhor nem ir lá jogar. Cansamos ver equipes com retrospecto assim e de repente ser batida. É uma boa equipe, não conseguiu resultado por acaso. Nada no Flamengo é fácil. Tem de acreditar. Mas acreditar e colocar em prática em campo e não ficar só da boca pra fora. Isso vale para todos.