Em amistoso, torcida lota estádio e faz festa para Brasil x Coreia

na Ásia, assim como no Brasil, o público aplaude chutão da zaga e falta que o árbitro não marca para o outro time.

Organizados, festivos, os sul-coreanos cantam de maneira organizada | Terra
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A Coreia do Sul recebeu a Seleção Brasileira neste sábado para amistoso e foi derrotada por 2 a 0, graças aos gols de Neymar e Oscar. No entanto, o que poderia ser motivo de vaias, reclamações e protestos no Estádio Sang-Am, em Seul, foi encarado de forma diferente pelos 65.308 torcedores que lotaram as arquibancadas. Classificados para a copa do Mundo de 2014, os sul-coreanos mostraram muita reverência com a Seleção Brasileira, e festejaram à sua maneira durante toda a partida.

A experiência de um jogo na Coreia do Sul é diferente do que se vê em estádio sul-americanos, especialmente brasileiros. Organizados, festivos, os sul-coreanos cantam de maneira organizada e assistem o jogo todo sentados. Nem se importam de aplaudir o adversário em seus principais lances. Mas não se engane: na Ásia, assim como no Brasil, o público aplaude chutão da zaga e falta que o árbitro não marca para o outro time.

Nos dias em que antecederam a partida, os sul-coreanos adotavam um tom zeloso com os brasileiros. Na sexta-feira, um jornalista local perguntou ao técnico Luiz Felipe Scolari o que a Coreia do Sul poderia aprender com a partida. Felipão foi político e elogiou a equipe comandada por Myungbo Hong, zagueiro da equipe que chegou às semifinais da Copa do Mundo de 2002, citando a classificação para o Mundial de 2014 ? o oitavo seguido do país.

Antes do amistoso deste sábado, o estádio permaneceu bastante esvaziado até minutos antes do início. Como era esperado, os mais de 65 mil torcedores chegaram na hora da partida, encontrando confortavelmente seus lugares marcados e se posicionando para fazer festa. No telão do Estádio Sang-Am, um desenho animado orientava os torcedores a ir de ônibus ao estádio, a não fumar, a maneirar nos palavrões...

Apesar da formalidade, o torcedor sul-coreano sabe festejar. No anúncio dos times pelo telão do estádio, os jogadores brasileiros foram muito festejados ? descaram-se Daniel Alves, Dante, Marcelo, Oscar e, é claro, Neymar. Entre os atletas locais, a dupla de ataque Jacheol Koo e Dongwon Ji também ganhou muitos aplausos.

O cenário foi parecido ao longo do jogo. Atrás do gol defendido por Sungryong ao longo do primeiro tempo, uma ruidosa torcida vestida de vermelho cantava, aplaudia e fazia barulho. Na linha de frente, sete bandeiras com mastros eram balançadas verticalmente, acrescentando um visual bonito à festa. No parapeito à frente, 18 bandeiras nacionais descansavam ? algumas ?mais completas?, trazendo mais símbolos inspirados no taoísmo, com o Taegeuk (o yinyang em vermelho e azul) com três cores e com oito trigramas ao redor, ao invés de apenas quatro como na bandeira tradicional.

Mas quem foi ao estádio queria mais do que fazer festa: queria ver bola rolando e gols. Em meios às chances dos dois lados (pelo lado do Brasil, Oscar e Neymar era os nomes mais ofensivos), os sul-coreanos quase foram à loucura aos 27min do primeiro tempo, em cruzamento pela direita que Bokyoung Kim subiu para cabecear com perigo ? o camisa 15, porém, levou a pior na dividida com David Luiz e precisou ser atendido fora do gramado.

Seis minutos depois, os gritos da torcida foram ganhando força em um contra-ataque, e se tornaram quase ensurdecedores quando o próprio Kim chutou fraco para a defesa de Jefferson. E teve até um ?oooooh!? para uma falta em Neymar aos 38min. Vaia, apenas quando Marcelo se estranhou com Chungyong Lee por uma bola que saiu pela lateral. Porém, a vaia virou aplauso logo aos 43min, graças ao gol de falta de Neymar.

O gol de Oscar aos 3min do swegundo tempo foi recebido com a mesma festa, e não diminuiu a animação do público. Pelo contrário: os gritos de ?sou brasileiro, com muito orgulho? de uma minoria de amarelo só eram ouvidos em raras pausas. Aos 20min, até mesmo a primeira substituição do time comandado por Myungbo Hong (Heungmin Son no lugar de Jacheol Koo) foi ovacionada. Porém, o gol que a torcida local tanto esperava não saía, graças às atuações seguras de Dante e do exigido David Luiz. O que saiu foi um drible de Sungyueng Ki sobre Daniel Alves que provocou um novo ?oooooh!? na torcida.

Uma ?ôla? de duas voltas já na reta final da partida deu um fôlego à mais para o mar de torcedores coreanos, que levantavam seus bastões de luz avermelhada para acrescentar empolgação. Aos poucos, uma pequena parcela do público foi deixando o estádio. Ao fim, com o apito do árbitro, restou ao público ir para casa em festa, enquanto a Seleção Brasileira já pensava no amistoso contra a Zâmbia, na terça-feira (15), em Pequim.

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