O Campeonato Francês voltará a ter um clássico parisiense na próxima temporada. Após 46 anos, o Paris FC garantiu o acesso à primeira divisão e reencontrará o poderoso Paris Saint-Germain na elite nacional. O feito histórico foi conquistado nesta sexta-feira (26), com o empate em 1 a 1 diante do Martigues, somado ao tropeço do Metz, que empatou com o Rodez por 3 a 3.
Vice-líder da Ligue 2 com 66 pontos, o Paris FC ainda pode sonhar com o título da competição, dependendo de uma vitória na última rodada contra o Ajaccio e de um tropeço do líder Lorient, que enfrenta o Martigues.
Investimento pesado impulsiona retorno
Diferente de 1979, quando foi rebaixado, o Paris FC atual vive uma nova realidade financeira. Desde 2020, o clube passou a receber aportes de investidores de peso que mudaram seu patamar. O primeiro a chegar foi o Bahrein, seguido por grupos como o Agache Sport — ligado à grife Louis Vuitton —, o Grupo Red Bull, o Groupe Alpha (do próprio presidente Pierre Ferracci) e a britânica BRI Sports Holding.
O projeto ambicioso mira repetir, em menor escala, a trajetória do PSG, que deu um salto após ser comprado por um fundo do Catar em 2011. Desde então, tornou-se o clube mais vitorioso da França e protagonista na Europa. O time está a um empate de voltar à final da Liga dos Campeões, após enfrentar o Arsenal nesta quarta-feira.
Raí entre dois amores
A reedição do clássico parisiense também traz um personagem emblemático: Raí. Ídolo do PSG nos anos 1990, onde conquistou seis títulos, o ex-meia brasileiro é atualmente embaixador do Paris FC. A ligação começou em 2022, quando o grupo Sports Bridge Venture, do qual Raí é sócio, adquiriu ações do clube.
“Parisienses, nós estamos na Ligue 1. A todos que sempre acreditaram em nós, que nos apoiaram, este acesso é de vocês”, celebrou o ex-jogador, agora figura-chave nos bastidores da ascensão do Paris FC.
Fundado em 1969, o Paris FC tem uma história curiosa com o PSG: os dois clubes chegaram a se fundir em 1970, mas se separaram dois anos depois. Desde então, trilharam caminhos bem distintos. Agora, mais de quatro décadas depois, os destinos voltam a se cruzar — desta vez, em um palco mais competitivo e com as atenções voltadas para a capital francesa.