A sequência de punições ao atacante Neymar, do Santos, foi quebrada nesta sexta-feira. A estrela alvinegra escapou de gancho em julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no Rio de Janeiro, pelo tumulto que ele e o volante João Marcos, do Ceará, provocaram durante partida disputada no dia 12 de setembro, no estádio Castelão, em Fortaleza. Os dois se desentenderam nos últimos segundos de partida. Neymar pisou no pé do adversário, ambos tiveram uma ríspida discussão. A confusão acabou se generalizando, com a participação dos outros jogadores e a entrada da Polícia Militar. Neymar, João Marcos e Marcel (outro santista envolvido na confusão) foram apenas advertidos. Os atletas do Peixe estão livres para jogar contra o Cruzeiro, neste sábado. Já o volante do Ceará poderá enfrentar o Avaí, domingo, em Florianópolis.
Apesar do tumulto no Castelão não ter sido relatado na súmula, a Procuradoria do STJD apresentou as denúncias com base em vídeos. Neymar foi enquadrado em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva: o 250 (praticar ato desleal ou hostil durante a partida), pelo pisão em João Marcos, e o 258 (assumir conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva), pela discussão com o adversário. O primeiro prevê pena de um a três jogos. O segundo, de uma a seis partidas. Marcel e João Marcos responderam apenas pelo artigo 258 e foram advertidos. Neymar foi absolvido da acusação de ter sido desleal e levou apenas um puxão de orelhas do Tribunal pela discussão.
Os clubes também foram julgados. O Santos por atraso na entrada a campo. O Ceará, além de entrado atrasado, foi enquadrado por deixar de tomar providências capazes de prevenir desordens no seu estádio. O Peixe foi multado em R$ 2 mil. Já o Vovô vai pagar R$ 1 mil pelo atraso. Com relação à acusação de deixar de evitar confusão em sua praça desportiva, a equipe cearense foi absolvida.
Em seu depoimento, Neymar admitiu que discutiu com o adversário, mas que isso faz parte do jogo. Afirmou ainda que foi provocado durante boa parte do confronto por João Marcos, que o teria chamado de "moleque" e ameaçado lhe agredir. Por fim, garantiu que o pisão no adversário foi sem querer.
João Marcos, por sua vez, rebateu as acusações do santista. Assegurou que não fez nenhuma provocação e que só xingou o adversário depois de levar o pisão. No entanto, após analisar o lance com cabeça mais fria, o volante do Vovô acredita que tratou-se de um ato involuntário de Neymar. Isso acabou sendo determinante para que o santista fosse absolvido.