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Sorteio da Copa do Mundo de 2026 vira alvo de investigação no Senado dos EUA

Senador democrata acusa direção do Kennedy Center de favorecer entidade do futebol e causar prejuízo de milhões ao espaço financiado por recursos públicos

Taça e bola da Copa 2026 | Foto: Divulgação/Adidas
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O uso do Kennedy Center pela FIFA para o sorteio da Copa do Mundo de 2026, marcado para 5 de dezembro, gerou forte controvérsia em Washington e entrou no centro de uma investigação do Senado dos Estados Unidos. O acordo levou o senador democrata Sheldon Whitehouse a acusar a gestão do espaço de “nepotismo, favorecimento e desperdício de recursos”

Contrato sem cobrança de aluguel

Segundo o The Athletic, em carta enviada ao presidente do Kennedy Center, Ric Grenell — nomeado por Donald Trump — o senador afirma que o contrato com a FIFA resulta em “milhões de dólares em receitas não arrecadadas”, além de cancelamentos de eventos e uso gratuito das instalações. Uma cópia do acordo obtida pelo Senado mostra que a organização cedeu à FIFA a Sala de Concertos e outros espaços sem custo de aluguel.

“O Centro está sendo saqueado em receitas não arrecadadas, programas cancelados e gastos perdulários”, escreveu Whitehouse.

Kennedy Center nega acusações

Grenell respondeu com uma carta e publicações no X, afirmando que a FIFA “pagou milhões e cobriu todas as despesas”. A porta-voz Roma Daravi disse à Associated Press que o centro está recebendo US$ 2,4 milhões em doações e oportunidades de patrocínio que totalizariam US$ 7,4 milhões.

No entanto, nenhum documento oficial foi apresentado para comprovar os pagamentos ou explicar por que seriam feitos como doações e não como taxa de aluguel.

Acesso exclusivo por mais de duas semanas

O contrato assinado em agosto determina que o uso das instalações custaria US$ 0,00. Ele garante à FIFA acesso exclusivo ao Concert Hall e a outros teatros, galerias e salas entre 24 de novembro e 12 de dezembro.

Especialistas apontam estranheza

Ex-executivos do centro e especialistas em direito tributário demonstraram perplexidade com o modelo adotado. Segundo eles, é incomum — e até suspeito — que uma instituição sem fins lucrativos receba doações ou patrocínios em vez de cobrar aluguel pelo uso do espaço.

Disputa ganha tom político

A crise se intensificou desde fevereiro, quando o governo Trump substituiu a maior parte do conselho do Kennedy Center e assumiu o controle da instituição. Desde então, houve queda na venda de ingressos e aumento de eventos ligados a grupos conservadores. O Senado americano também investiga até que ponto a intervenção de Trump influenciou na escolha do local para o sorteio — a FIFA negociava com arenas em Las Vegas antes de migrar para Washington.

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