A situação ficou praticamente insustentável. Após a derrota por 2 a 0 para o Grêmio, a quinta seguida do Fluminense no Brasileiro, Abel Braga ficou mais próximo de ser demitido pela diretoria. A cúpula de futebol debateu o assunto por quase duas horas na noite desse domingo no hotel onde se concentrou em Porto Alegre. A decisão pode ser comunicada de maneira oficial ainda nesta segunda-feira. Só mesmo uma reviravolta o mantém no comando.
Agora a luta é para chegar a um consenso de quem assume o time. Na última segunda, Celso Barros, presidente da Unimed, Sandro Lima e Rodrigo Caetano, vice e diretor de futebol respectivamente, reuniram-se, e a decisão de demitir Abel só não foi sacramentada por não terem um nome ideal para colocar em seu lugar. Ney Franco é um dos cotados, mas teria dito que não trabalha com Celso Barros. O nome agrada ao clube.
Vanderlei Luxemburgo é o preferido de Celso. No entanto, o presidente do Flu, Peter Siemsen, mostrou-se contrário ao nome e deixou clara a sua posição. Cristóvão Borges, que tem boa relação com Rodrigo Caetano por ter trabalhado com ele no Vasco, foi outro a ter o nome cogitado, mas não vai deixar o comando do Bahia.
Nesta segunda, uma reunião deve sacramentar as pendências. Em meio a todos os rumores envolvendo nomes e discordâncias, Sandrão disse após a derrota para o Grêmio que, qualquer que seja a decisão, será tomada exclusivamente pelo departamento de futebol sem qualquer ingerência externa.
- É importante ressaltar que no departamento de futebol do Fluminense somos eu e Rodrigo Caetano quem tomamos as decisões. Não existe esses boatos sobre brigas entre Peter e Celso sobre mudanças no futebol. Isso não existe mais. Vamos resolver o que for com tranquilidade - disse.
Caso a demissão seja mesmo sacramentada, e o novo nome não seja definido logo neste primeiro momento, o Fluminense terá um impasse. Sem um auxiliar fixo do clube, já que Leomir veio com Abel Braga, fica a dúvida de quem vai comandar o time diante do Cruzeiro na próxima quarta-feira, às 19h30m (de Brasília). O técnico dos juniores, Marcelo Veiga, seria uma opção, mas está na Europa em torneio amistoso.
Abel avisou ainda na Arena Grêmio que não vai entregar o cargo. Ele mantém a confiança em uma reviravolta caso seja mantido no comando e garantiu que não se sente impotente.
- Sei o caminho. Não estamos perdidos. A preocupação maior seria se o Fluminense estivesse perdendo os jogos e jogando mal. Aí estaria sem rumo, mas este não é o caso. Não vejo minha equipe jogar mal e peço até desculpas por ser repetitivo com isso. Mas é a verdade - garantiu.
Abel Braga chegou às Laranjeiras em 2011, durante o Campeonato Brasileiro. Foi campeão carioca e brasileiro no ano seguinte. Com nove pontos, o Fluminense ocupa a 17ª posição no Campeonato Brasileiro, sendo o primeiro clube na zona de rebaixamento.