Sheik desabafa sobre Mano: “Mudaria o lado da rua para não passar perto”

Falou sem receio da sua falta de relação com o atual técnico do Timão e, de outros assuntos polêmicos em que se envolveu nos últimos meses.

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Único jogador do país campeão brasileiro três anos seguidos por três times diferentes, Sheik costuma dizer o que pensa "doa a quem doer".

- Eu não me escondo. Quem me conhece sabe, se tiver que falar eu falo.

E em entrevista ao Esporte Espetacular após saída conturbada do Corinthians, ele falou. Falou sem receio da sua falta de relação com o atual técnico do Timão e, de outros assuntos polêmicos em que se envolveu nos últimos meses. Assista ao lado à entrevista em vídeo, ou leia alguns dos principais trechos abaixo.

Tendo saído do Corinthians, agora no Botafogo, o que você diria para o Mano Menezes se encontrasse com ele?

Para o Mano? (Ele se surpreende com a pergunta). Passaria para o outro lado da rua para não ter que passar perto dele.

Você não gosta dele pessoalmente ou profissionalmente?

As duas coisas. Acho ele um treinador muito limitado, não vi nada de especial nele, não acho que vai melhorar, porque é um cara que parece que não tem humildade de perguntar, de pedir ajuda. É ele, e ele.

Você saiu do Corinthians satisfeito?

A direção foi perfeita, profissional, amiga e nos momentos em que mais precisei eles estavam presentes. Acho que tem que ter honestidade de chegar perto da pessoa, conversar, falar, ser claro, ser honesto. Isso não aconteceu.

Você esta se referindo ao Mano?

Isso. Ele mesmo. Seria chegar e ter uma conversa franca, não quero, passou, me emprestar para um clube. Sou adulto, estou nessa há muito tempo. Acho que faltou isso para ele. É um cara com que eu não quero trabalhar nunca mais na minha vida, não agrega nada.

A queda de rendimento fez com que o Mano optasse por te excluir do grupo?

Era uma opção dele. Não era obrigado, mas teria conversa. Essa conversa que eu acho que seria honesta. Segundo semestre de 2013 foi muito ruim, muito abaixo do que eu poderia render.

A maneira como você saiu: parte da sua importância nas conquistas se perdeu?

Acho que não se perdeu, mas certamente isso poderia ser preservado ou cuidado de uma maneira diferente.

E a foto do selinho com o amigo. Tem arrependimento?

Em casa somos educados dessa maneira. Meus filhos se beijam, isso não quer dizer nada. Mas hoje eu não postaria a foto e ponto. A atitude não muda nada. O Isac é um amigo e super bem casado. O meu filho Emerson viu alguns comentários na internet e me perguntou se aquilo era errado. Eu disse não, não é. Você deixa de ser homem porque você dá um selinho no seu irmão? Não. E mesmo se ele optasse não ser, o problema é dele, a gente não tem nada a ver com isso. Cada um faz da sua vida o que quer. Hoje em dia eu só não postaria a foto.

Você acha que o fato de ter postado a foto prejudicou sua relação com a torcida?

Não com a maioria. Mas alguns torcedores eu acredito que sim, que tenham ficado chateados com essa atitude. Até por conta daquela provocação toda de chamar o rival de "bambi" e pelas manifestações.

Se um jogador hoje for homossexual e falar isso abertamente ele vai ser discriminado pelos companheiros de clube e pela torcida?

Acho que mais pelo torcedor. Não acredito nessa possibilidade, que um atleta brasileiro, com a nossa cultura de hoje, tenha coragem de se expor dessa maneira. Acho que não abriria o jogo não, acho que permaneceria em sigilo. Prejudicaria muito a carreira desse atleta, o torcedor brasileiro não está preparado para isso ainda.

Recentemente o Fred deu um depoimento no Esporte Espetacular muito duro sobre as torcidas organizadas. Como aconteceu aquela invasão no CT do Corinthians?

Em primeiro lugar meu apoio é 100% ao Fred, eu entendo da mesma maneira. A invasão no CT, que fique claro, ali não tinha torcedor corintiano. Ali tinha um bando de marginais que deveriam estar presos, aquilo não deveria ser chamado de torcedor. Foi uma cena forte de um bando de bandidos com faca, com camiseta escondendo o rosto, ameaçando de morte, inclusive eu. Ficamos três horas trancados no vestiário e passamos momentos de terror.

O Botafogo está com salários atrasados. Isso preocupa?

Se eu chegar na frente das câmeras e não falar que um aleta não pode ficar três meses sem receber, eu acho que os companheiros têm todo direito de me tratar diferente. Quando eu aceitei eu sabia de toda dificuldade do clube, mas a promessa, a palavra, é que nos próximos meses todas as situações serão resolvidas.

Polêmica da foto do iate no dia que o Botafogo estava perdendo para o São Paulo. Você acha que você errou?

Lógico que eu não errei (risos). Primeiro que era a minha folga, eu treinei domingo de manhã. E a foto foi tirada às 12h30, o jogo era às 16h. A pessoa que publicou essa foto foi muito infeliz, e no momento do jogo eu não estava fazendo nada. E a pessoa esqueceu de falar também que o iate tem TV, eu não preciso estar na minha sala para ver o jogo. Dentro do iate tem duas ou três televisões.

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