Bernardinho parece ter certeza de que uma boa bronca surte efeito. Um dia depois de morder uma bola quando via seu time passar sufoco e de atribuir à equipe nota 5,00, o treinador manteve seus planos, embora com riscos, e deixou Giba e Rodrigão no banco de reservas. E mesmo sem suas maiores estrelas em quadra, a seleção brasileira conquistou, de forma bem mais tranquila, sua segunda vitória contra a Finlândia, no ginásio Nilson Nelson, em Brasília: 3 sets a 0, parciais de 25/17, 25/19 e 25/20. Com o triunfo, o Brasil segue invicto em quatro jogos pela Liga Mundial. Os próximos desafios serão no sábado e no domingo, fora de casa, contra a Polônia, adversária da primeira rodada.
O treinador deixou não apenas Giba e Rodrigão, mas Rivaldo no banco. Lançou Sidão, Thiago Alves e Lucão. Acostumado a jogar com eles, o levantador Bruninho distribuía bem as jogadas, e o Brasil foi para o primeiro tempo técnico com vantagem de três pontos. Mas a seleção cometia erros bobos. Como no lance em que Vissoto foi levantar, apesar de Bruninho estar por perto. A bola foi parar do outro lado da rede, e fora. Giba, de agasalho, incentivava o tempo todo. A vantagem foi para cinco pontos em um bloqueio de Lucão. Logo depois subiu para sete, e se manteve assim até o 21º ponto. Daí para o fim do set, só foi preciso paciência. Com um ace de Murilo, fechou em 25 a 17.
O Brasil jogava bem, mas no segundo set a Finlândia melhorou. Ainda assim, o time verde e amarelo mantinha o bom nível, principalmente com Vissoto e Lucão. Bernardinho perdeu a paciência em um controverso ponto dos rivais. Do outro lado da quadra, mais nervosismo. Irritado com um erro de seu time, o técnico Mauro Berruto jogou no chão sua prancheta, mandando para longe todas as suas anotações. A partir daí, sua equipe desandou. E o Brasil deslanchou. Abriu seis pontos. E novamente fechou com um ace, agora de Sidão.
Fã de Giba brilha no terceiro set
O time de Bernardinho voltou para o terceiro set com tranquilidade. Fã de Giba, Thiago Alves tentava aproveitar a oportunidade de estar em quadra. Em alguns momentos, até a sorte parecia estar do lado brasileiro. Uma indecisão da equipe finlandesa deu um ponto de graça à seleção, que tinha errado uma recepção e cedido o contra-ataque. Mas a Finlândia, assim como na véspera, não se rendia. Encostou em 12 a 11, mas errou o saque. Na seqüência, depois de Thiago Alves salvar uma bola, de peixinho, o Brasil cedeu o ataque aos rivais, que atacaram para fora. Lá estava a sorte de novo. Os finlandeses tentavam não deixar os brasileiros se distanciarem, mas era difícil. Até Sidão se arriscou como levantador, quando foi preciso.
Com 24 a 17 no placar, Thiago Alves teve uma chance de fechar o jogo, mas errou o saque. Murilo desperdiçou um ataque. Thiago fez o mesmo. O destino dava a Murilo uma outra oportunidade e, dessa vez, ele não a desperdiçou. Fechou em 25 a 20, garantindo ao Brasil a quarta vitória na Liga. Com os aplausos de Giba e Rodrigão e sem muita bronca.