Para quem enxerga o copo meio vazio, uma partida de risco num momento em que a seleção brasileira está psicologicamente abalada. Os que o veem meio cheio preferem imaginar que o amistoso desta quarta-feira, às 15h, contra a Suécia, que marca a última partida entre seleções no estádio Rasunda, é uma oportunidade interessante de recuperar ânimo diante de um adversário com freguesia histórica.
Diferentemente de embates anteriores, porém, os suecos contam com um jogador que desequilibra. E, pelo menos no papel, Zlatan Ibrahimovic tem potencial de sobra para atrapalhar os planos de Mano Menezes de usar a partida para diminuir a pressão sobre o grupo e sobre seu trabalho ? especialmente diante das divergências no alto clero da CBF em relação a sua permanência no cargo.
Curiosamente, o astro sueco, que a partir de janeiro será companheiro de equipe do brasileiro Lucas no Paris Saint-Germain, jamais enfrentou o Brasil. Ibrahimovic estava lesionado em 2008, quando as duas seleções se enfrentaram e a Suécia perdeu por 1 a 0. Ele é dúvida para o jogo, pois levou uma pancada no pé direito na rodada de abertura do Campeonato Francês, no último fim de semana.
??É uma grande honra enfrentar o Brasil, mas não concordo que seja um momento de fraqueza da equipe. Estou certo de que os jogadores brasileiros entrarão com tudo, pois sempre têm a responsabilidade de vencer. O Brasil produz jogador atrás de jogador, que invariavelmente vêm para os melhores times do mundo??, diz o ex-atacante de Juventus, Internazionale, Barcelona e Milan.
Sem as restrições de idade olímpica que ditaram as últimas convocações, Mano chamou um grupo de jogadores que o próprio treinador diz ??trazer mais anos?? para a seleção. Daniel Alves, com sua barba digna de um clérigo muçulmano, Paulinho e a dupla de brasileiros campeões europeus com o Chelsea na última temporada, David Luiz e Ramires, juntaram-se ao grupo em Estocolmo na fase que o treinador disse ser crucial para definições relacionadas ao projeto da Copa do Mundo de 2014.
"Temos algumas posições para as quais ainda não encontramos jogadores definitivos, embora estejamos reduzindo o número de opções??, explica Mano. O técnico anunciou, na entrevista coletiva de terça-feira, que pretende destacar um de seus volantes para vigiar Ibrahimovic.
Escolhida por razões sentimentais pelos suecos para fazer a última partida no Rasunda, que será demolido em novembro (quando a Suécia passará a mandar seus jogos numa nova arena para 50 mil pessoas) a seleção foi o objeto de uma série de homenagens relacionadas à famosa vitória na final do Mundial de 1958.
Um novo triunfo jamais terá a mesma importância que a conquista do primeiro título mundial verde e amarelo. Seu simbolismo para a era Mano, porém, seria para lá de valioso.
Suécia
Isaksson; Larsson, Granqvist, Olsson e Safari; Wernbloom, Holmen, Elm e Wilhelmsson; Ibrahimovic e Toivonen
Técnico: Erik Hamren
Brasil
Gabriel; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Alex Sandro; Rômulo, Paulinho, Ramires e Oscar; Neymar e Leandro Damião
Técnico: Mano Menezes
Horário: 15h (de Brasília)
Estádio: Rasunda, em Estocolmo