São Paulo derrota por 1 x 0 Santos com time reserva

Zagueiro faz gol da vitória tricolor em clássico esvaziado pelas ausências de Neymar, Ganso e Luis Fabiano: pouco público e futebol abaixo da crítica

São Paulo bate time do Santos por 1 x 0 | Reprodução
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Pegue Rogério Ceni, Wellington, Casemiro e Luis Fabiano. Junte aos santistas Rafael, Fucile, Edu Dracena, Juan, Arouca, Elano, Ganso, Neymar e Borges. Coloque todos na mesma panela e forme um time favorito a qualquer título no futebol nacional. Mas tire-os de São Paulo e Santos e tenha um dos clássicos mais deprimentes, monótonos, sem qualidade e vazios do Campeonato Brasileiro. Até o público se preservou: 6.327 pagantes.

Muricy Ramalho poupou porque na quarta-feira terá pela frente o Corinthians, na semifinal da Libertadores. Opção, questão de prioridade. Emerson Leão só não teve os lesionados e suspensos, além de Casemiro, que voltou da seleção brasileira e pediu para não jogar. Ao contrário de Lucas, que se colocou à disposição e foi escalado. O São Paulo poupou futebol, como tem feito em boa parte da temporada. Mas sua "sobra" foi mais eficiente do que a "sobra" santista: 1 a 0, gol de uma grande ironia do destino. De Paulo Miranda.

Na semifinal do Paulista, o zagueiro fez pênalti e levou baile de Neymar, a ponto de ser afastado pela diretoria à revelia de Leão, em episódio que escancarou a crise entre os cartolas e o técnico do Tricolor. Neste domingo, sem o craque pela frente, Paulo Miranda teve atuação segura e, finalmente, marcou seu primeiro gol pela equipe. Nada como um San-São após o outro...

No Brasileirão, as equipes voltam a campo no próximo domingo. O São Paulo, que chegou aos seis pontos, recebe o Atlético-MG, enquanto o Peixe, estacionado nos três, visitará o Flamengo no Engenhão. Mas a cabeça dos torcedores focam o meio de semana. O clássico contra o Corinthians pela Libertadores, na Vila Belmiro, será a missão santista. Já os tricolores terão pela frente o Coritiba, no primeiro jogo da semi da Copa do Brasil.

Redenção e mau futebol

Mais entrosado, o São Paulo tentou definir a partida logo de cara. Marcou no campo de ataque, recuperou a bola rapidamente e impediu que o Santos jogasse. Na pressão, Jadson fez dois bons cruzamentos, o segundo na cabeça de Rhodolfo, que escorou para o parceiro de zaga, livre, finalizar e dar mais um passo em sua redenção após as falhas no Paulista.

Parecia que o anfitrião passearia no Morumbi. As aparências enganam. O time de Leão voltou a exibir velhas falhas: arrancadas improdutivas, pressa com a bola nos pés e um buraco no meio. Setor onde o visitante cresceu, com Henrique e Gerson Magrão permitindo o avanço de Léo, antes sufocado por Lucas do lado esquerdo.

Quando o Tricolor conseguia roubar a bola no campo de ataque, assustava. Foi o caso de jogada que terminou em chute de Willian José. Mas os desarmes passaram a ser raros e os reservas do Santos passaram a ficar mais com a bola. Alan Kardec, acostumado a atuar ao lado de Neymar, teve esforço dobrado ao lado de Rentería. Em lance individual, ele fintou Paulo Miranda e bateu de pé esquerdo para fora.

Fernandinho e Felipe Anderson irritavam os comandantes com erros em sequência. O meia santista ainda teve chance no intervalo, mas o atacante são-paulino ficou no vestiário, substituído por Maicon.

Sem inspiração

Lucas teve chance de, assim como no primeiro tempo, definir logo no início e tranquilizar a torcida. Em bela arrancada, entortou Léo e bateu cruzado, fora do alcance de Aranha. A bola saiu por muito pouco. De resto, o filme repetiu o que se viu nos primeiros 45 minutos. O prenúncio de bom futebol não se concretizou e as equipes, principalmente o Santos, voltaram a sentir muita falta dos desfalques.

As bolas enfiadas de Jadson ainda eram ameaçadoras, mas encontravam Willian José marcado por suas limitações. Lucas, sozinho, precipitou-se ao tentar lançar o centroavante e deu a bola nos pés de Bruno Rodrigo. Os presentes do São Paulo davam esperança ao Santos.

Muricy recuou Ewerthon Páscoa para a zaga com o intuito de tentar ganhar o meio e levar perigo com o apoio de Maranhão e Léo. Também colocou Dimba no lugar de Rentería, em má jornada. A revelação logo mostrou serviço, fez boa jogada pela esquerda e obrigou Denis a fazer sua defesa mais difícil no clássico. O goleiro voltaria a salvar os titulares contra os reservas nos minutos finais ao pegar bola rasteira e não dar rebote.

A boa movimentação de Gerson Magrão levou o Peixe adiante, mas não foi suficiente para conseguir o empate. Foi a segunda vitória do São Paulo, que sobe na tabela, mas continua exibindo futebol muito ruim. E o Santos, mesmo com algumas contratações, ainda é totalmente dependente de seus titulares e segue sem vitórias em quatro rodadas. Enquanto a Libertadores não terminar, será sofrido para o torcedor alvinegro assistir às partidas do Brasileiro.

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