O torcedor do São Paulo passou 90 minutos com a mesma dificuldade de respirar que os jogadores na altitude de 3.600 metros de La Paz, capital boliviana. O empate por 1 a 1 com o The Strongest classificou a equipe para enfrentar o Toluca, do México, nas oitavas de final, mas seus ingredientes épicos tiraram o fôlego: falha do goleiro, craque no banco, artilheiro expulso e, no fim, zagueiro no gol. Uma classificação histórica.
Denis sofreu com o laser em seu rosto e depois fez os são-paulinos sofrerem ao sair sem convicção para tentar cortar a cobrança de falta de Pablo Escobar. A bola passou por todo mundo, resvalou em sua perna e sobrou para Cristaldo, livre, embaixo do gol, abrir o placar. O goleiro reclamou de desvio em atacante do The Strongest, o que configuraria impedimento do jogador que concluiu para as redes, mas a bola só bateu nele mesmo.
Na única chance de gol que teve durante todo o jogo, Calleri completou de cabeça a cobrança de escanteio de Kelvin. Contou, também, com uma ajudinha do goleiro Vaca, que saiu mal e perdeu o equilíbrio na hora de voltar. Foi o oitavo gol dele em sete partidas na Libertadores: artilheiro da competição e já na história do São Paulo. Antes, só Luis Fabiano havia marcado oito vezes na mesma edição com a camisa do clube, em 2004.