Clássico mais antigo do futebol paulista, que já decidiu um Brasileiro e cinco edições do Estadual, Santos e Corinthians são rivais há 99 anos e iniciam nesta quarta-feira, às 21h50, o primeiro confronto internacional entre as duas equipes. O jogo abre a semifinal da Copa Libertadores e reúne o atual campeão continental e o atual campeão brasileiro. Um momento histórico!
Vários são os ingredientes para esquentar a partida. Um deles é a pressão da Vila Belmiro, onde o Corinthians foi recepcionado com rojões e ovos na última terça (nada que atrapalhasse o treino de reconhecimento do gramado). O clima hostil na Baixada seguiu pela madrugada, com rojões e bombas nas proximidades do hotel onde a delegação da capital se hospedou.
No lado santista, o mistério sobre a presença de Paulo Henrique Ganso pautou os últimos dias. O camisa 10 foi submetido a uma artroscopia no joelho direito e se recuperou rapidamente. Treinou com bola nos dois últimos dias e aguarda um aval final dos médicos para reforçar o time de Muricy Ramalho e compor a dupla de astros com Neymar.
?Sonhei com esse dia e sonhamos com vitória, sem placar específico. São 180 minutos, o importante é vencer sem tomar gols, levar a vantagem para o segundo jogo. Esse ano jogamos de oito a nove partidas [na Vila], vencemos todas, esperamos regularidade para jogar de igual para igual em São Paulo?, comentou o goleiro Rafael, que volta da turnê pelos Estados Unidos com a seleção brasileira.
Sem craques, a equipe do técnico Tite tem no conjunto a sua principal força. É um time competitivo, que dificilmente sofre gols - levou apenas dois em dez partidas pela Libertadores. O volante Paulinho, autor de três gols no torneio continental, é o grande destaque e estará em campo.
O Timão é o único invicto na competição sul-americana. ?O Corinthians faz a melhor campanha, tem o melhor saldo, são seis vitorias, quatro empates, e é a equipe mais disciplinada, compete com lealdade?, enumerou Tite.
O treinador gaúcho fala em atacar na Vila e não apenas se defender. ?A nossa equipe precisa jogar bem, fazer uma grande partida tecnicamente, depois neutralizar o Neymar e as ações do Santos?, ponderou.
O Peixe tenta chegar a mais uma final de Libertadores na busca pelo tetracampeonato, enquanto o Timão nunca disputou uma decisão - a semifinal de 2000, contra o Palmeiras, foi o mais longe que conseguiu atingir.