Andrés Sanches passou momentos constrangedores no final da festa do Craque do Brasileirão, na madrugada desta terça-feira, no Museu de Arte Moderna, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Identificado por torcedores do Fluminense enquanto conversava com alguns amigos, o dirigente foi provocado. Ele não se intimidou e respondeu. Mas, em pouco tempo, se viu cercado por tricolores, e resolveu deixar a comemoração da CBF. Enquanto os torcedores o ironizavam, o presidente do Corinthians deixou o local, chamando-os de ?bambis?.
Tudo começou às 3h20m da madrugada, após o árbitro Carlos Eugênio Simon surpreender a todos ao subir em uma mesa e começar um discurso para fazer um balanço da carreira e parabenizar o clube carioca pelo título - ele apitara a partida Fluminense 1 x 0 Guarani. Após falar por cerca de quatro minutos, Simon passou o microfone para alguns torcedores tricolores presentes à festa, que passaram a cobrar um pedido de desculpas do presidente do Corinthians.
Horas antes, durante a cerimônia de premiação no Teatro Municipal, Andrés provocara o Fluminense em um discurso de agradecimento pelo centenário do Corinthians. Ele lembrou uma manobra política que beneficiou o clube carioca em 2000. Na época, o Tricolor não precisou disputar a Série B após ser campeão da Série C, voltando direto à Primeira Divisão:
"Gostaria de agradecer a homenagem ao Corinthians e cumprimentar o Fluminense, o Coritiba e o ABC, campeões também das Séries B e C. E lembrar que quando o Corinthians foi campeão em 2008, voltou pela porta da frente". A provocação fez o dirigente ser vaiado pelos tricolores presentes. Sem conseguir continuar o discurso, Andrés se retirou com as palavras "então, boa noite" e seguiu para a festa no MAM.
Mesmo escutando em alto e bom som os pedidos dos tricolores, Sanches permaneceu em um canto conversando com amigos. Ignorava o que acontecia. Mas com a aproximação de alguns torcedores, que cobravam um pedido de desculpas, o clima ficou mais tenso e o dirigente retrucou.
- Eu falei muito? Está de brincadeira, está de sacanagem, né? - disse aos torcedores.
Quem estava com o dirigente pedia calma com medo de que a situação saísse do controle. Logo dois seguranças se aproximaram. Aí vieram os gritos de provocação.
- "Ohohoh...Pagou e não levou", "Ah, é centenada" e "ninguém cala esse chororô" - gritavam os tricolores.
Mesmo com os seguranças garantindo que não havia risco de confusão, Andrés resolveu se retirar da festa. Na conversa com os seguranças se referiu aos torcedores como "bambis", provocação que normalmente é feita ao São Paulo.
- Com esses bambis aí, não dá - disse.