Um goleiro brasileiro formado no Flamengo enfrenta momentos de tensão e ansiedade desde o ataque do Hamas a Israel e o início do conflito na região. Daniel Miller Tenenbaum, de 28 anos, joga pelo Maccabi Tel Aviv desde 2016 e, por dois anos, equilibrou sua carreira no futebol com o serviço militar. Entretanto, ele não será convocado para a ação militar.
Tenenbaum possui cidadania israelense e, como é exigido de todos os cidadãos do país, ele cumpriu pelo menos dois anos de serviço militar. Durante 2018 a 2020, o goleiro conciliava sua carreira como jogador com suas obrigações militares. No entanto, o brasileiro não faz parte da reserva militar e não será convocado para participar do atual conflito com o grupo Hamas.
Em uma declaração enviada ao portal ge, o ex-jogador do Flamengo afirma que se encontra em segurança e condenou os ataques que Israel tem enfrentado. O atleta aguarda o término rápido do conflito.
“Gostaria de agradecer a todas as mensagens de preocupação que recebi nesse período. Me encontro bem, em local seguro dentro do possível. O sentimento é de profunda tristeza com os acontecimentos do último sábado”, disse o goleiro.
“Meus pêsames vão para todas as famílias das vítimas desses ataques, nada justifica o terrorismo. Espero que essa situação acabe o mais rápido possível”, comentou.
Depois de se tornar jogador profissional no Flamengo, onde ingressou aos 15 anos, Daniel não conseguiu oportunidades que esperava na equipe principal. Sua experiência no clube se limitou a apenas uma partida oficial em 2014. Portanto, em 2016, aos 21 anos, optou por buscar novas conquistas em Israel, o país com o qual possui vínculos familiares.
Daniel foi emprestado ao Maccabi Tel Aviv e, logo em seguida, obteve a cidadania israelense, um benefício concedido a descendentes de judeus. Com o novo passaporte vieram também as obrigações, como o serviço militar, geralmente cumprido a partir dos 18 anos. A recusa em servir o exército pode resultar em prisão.
Como bicampeão da Liga de Israel, o goleiro teve permissões especiais do exército que permitiram a viagem para se juntar com a equipe durante o período de serviço militar. Em sua função mais recente, desempenhava tarefas administrativas e conseguiu dividir a vida dupla. Em dezembro de 2020, concluiu sua missão e, de forma simbólica, partiu ao meio seu cartão de identificação do serviço militar.