Durante transmissão do Grande Prêmio de Imola, na Itália, neste domingo (12), Ronaldo Fenômeno voltou a se posicionar contra a atual estrutura de poder da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em entrevista à TV Bandeirantes, o ex-atacante foi direto ao criticar o domínio das federações estaduais sobre o futebol brasileiro.
“Enquanto o estatuto da CBF for esse que é agora, que o poder fica na mão dos 27 presidentes de federações, essa palhaçada vai continuar”, declarou.
Ronaldo classificou o momento atual como mais um capítulo de um enredo repetido e desanimador. “Eu diria que muda a página, mas o livro é o mesmo. É tudo farinha do mesmo saco”, afirmou.
Bastidores da desistência
Em março deste ano, Ronaldo havia desistido publicamente da intenção de concorrer à presidência da CBF, alegando falta de apoio político. Segundo ele, 23 das 27 federações se recusaram até mesmo a recebê-lo, alegando satisfação com a gestão de Ednaldo Rodrigues e o desejo de reelegê-lo.
Para Ronaldo, o Brasil tem potencial para voltar ao topo do futebol mundial, mas isso exigiria uma “reforma importante” e verdadeira, capaz de reconectar a seleção aos torcedores. Ainda assim, o Fenômeno se diz pessimista quanto a qualquer mudança estrutural no cenário atual.
Decisão judicial e intervenção
A entrevista de Ronaldo aconteceu dias após uma nova reviravolta no comando da CBF. Na última quinta-feira (9), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou o afastamento de Ednaldo Rodrigues do cargo. O desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro nomeou o vice, Fernando Sarney, como interventor e ordenou a realização de novas eleições “o mais rápido possível”.
A decisão foi baseada em um pedido do próprio Sarney, que alegou vício de consentimento na assinatura de um acordo homologado pelo STF em fevereiro, que envolvia a CBF, a Federação Mineira de Futebol e outros dirigentes, incluindo Rogério Caboclo, Coronel Nunes e Gustavo Feijó.
Com isso, além de afastar Ednaldo, o TJ também anulou o acordo firmado entre as partes, que já vinham sendo questionadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro desde 2021 por mudanças controversas no estatuto da confederação.