O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou neste sábado que o ex-atacante da seleção brasileira Ronaldo, que é membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, deu um "chute contra o próprio gol" ao afirmar que se sentia envergonhado com os atrasos nos preparativos para o Mundial.
"A frase dita pelo Ronaldo, tomada de forma isolada, é um chute contra o próprio gol, já que ele foi parte do grande esforço para construir a Copa do Mundo", afirmou o ministro por meio do site do ministério.
"Esse grande evento não será motivo de constrangimento para o país que construiu a sétima economia do mundo e é o maior vencedor de todos os Mundiais. Estou seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha", acrescentou o ministro.
Em entrevista na sexta-feira, Ronaldo afirmou que sentia-se envergonhado com os atrasos e dificuldades do país nos preparativos para o torneio, mas defendeu que o Mundial não seja alvo de protestos e culpou os governos pelos problemas.
"E de repente chega aqui é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado, porque é o meu País, o País que eu amo, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora", afirmou o ex-jogador.
Rebelo, ainda segundo o site do Ministério do Esporte, argumentou que, com a Copa, aproveitou-se para enfrentar "as debilidades que marcam o esforço de construção e de desenvolvimento do Brasil".
"Foi a Copa, com o esforço dos governos, que permitiu que muitas obras de infraestrutura, mobilidade urbana, aeroportos, fossem adiantadas. Que permitiu que milhares de empresários viessem ao Brasil para gerar negócios, tributos e empregos para o País. Que permitiu que milhares de brasileiros recebessem formação profissional. Portanto, apontar nossas deficiências e procurar resolvê-las é dever de todos os brasileiros, e principalmente daqueles que tenham espírito público. Mas sentir vergonha do País não faz parte da solução", acrescentou.
Os preparativos do Brasil para a Copa do Mundo, que será disputada de 12 de junho a 13 de julho, têm sido problemáticos. Apenas dois dos 12 estádios ficaram prontos no prazo determinado pela Fifa, enquanto muitas obras em aeroportos e de mobilidade urbana atrasaram e outras foram abandonadas.