Rompimento de parceria com bilionário escancara crise em time

São Caetano vive pior crise da história

São Caetano é o atual campeão da Série A2 do Campeonato Paulista | Alexandre Battibugli/Paulistão
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Prestes a completar 31 anos de existência, o São Caetano vive uma das suas piores fases, pelo menos no aspecto financeiro. Campeão da Série A2 do Campeonato Paulista neste ano, o Azulão não paga salários a jogadores e funcionários há seis meses e no último fim de semana perdeu jogo da Série D do Brasileiro por W.O., após os atletas entrarem em greve. Informações do site GloboEsportes.com

São Caetano é o atual campeão da Série A2 do Campeonato Paulista

Fundado em 1989, o São Caetano viveu seu auge no início dos anos 2000, quando foi campeão paulista (2004), duas vezes vice brasileiro (2000 e 2001), além de vice da Libertadores (2002). Há 30 anos como dirigente, sendo 25 como presidente, Nairo Ferreira culpa uma parceria pelo mau momento financeiro do clube, que atualmente disputa a quarta e última divisão do Campeonato Brasileiro.

– Sou a favor dos jogadores fazerem greve. Eles são profissionais, ninguém pode ficar meses sem receber salários. O São Caetano encontra-se nessa situação há 11 meses, desde que o grupo de investidores passou a mandar no clube. Pediram para me afastar, me afastei da presidência e aconteceu isso – conta Nairo.

O investidor citado por Nairo Ferreira é o bilionário Saul Klein, herdeiro da rede de lojas Casas Bahia. A família Klein, aliás, sempre investiu dinheiro no São Caetano. Saul era quem controlava o dia a dia do São Caetano desde o fim do ano passado, quando Nairo abriu mão da presidência do clube que, segundo pessoas ouvidas pela reportagem, seria uma das condições impostas pelo empresário para seguir no clube. Procurado pelo ge, Klein não foi localizado para comentar o assunto.

Estamos devendo para jogadores, funcionários, fornecedores, imobiliárias e bancos. Acabaram com o dinheiro, até com a nossa base acabaram. Levaram 14 jogadores que eram do São Caetano para a Ferroviária. Espero que amanhã não seja eles chorando.

Segundo o presidente Nairro Ferreira, que voltou ao cargo há um mês, o São Caetano possui atualmente 42 processos trabalhistas em curso que somam valor de aproximadamente R$ 7 milhões. Atualmente, são 56 jogadores sob contrato e uma folha salarial que chegou a custar R$ 700 mil mensais durante a Série A2 do Campeonato Paulista. Recentemente, 15 jogadores deixaram o clube, além de Saul Klein, que agora concentra os investimentos na Ferroviária.

– O São Caetano hoje não tem roupa para jogar, não tem água para beber no vestiário. A situação é essa, não posso ficar fazendo média aqui. Meu fisioterapeuta veio me dizer que não recebe há sete meses, o porteiro me pediu dinheiro para poder vir trabalhar porque não recebe há meses e não tem dinheiro nem para a condução – revela.

O São Caetano é o lanterna no Grupo 8 da Série D do Brasileiro. Em 12 rodadas, foram oito derrotas, três empates e apenas uma vitória. No nona rodada, após ameaça de W.O. por parte dos jogadores, o Azulão acabou sendo goleado em casa por 9 a 0, após escalar jovens das categorias de base. Na última rodada, porém, a ameaça se concretizou e o time perdeu por W.O. para o Marcílio Dias.

– O São Caetano joga no sábado. Fizemos uma reunião e acertamos que vamos encerrar o campeonato, peço a Deus que acabe logo. Precisamos repensar o que será feito, reformular o elenco e tentar investidores para que possamos montar um time que possa se manter no Paulistão. Vamos ter que dar dez passos para trás, aceitem isso ou não – afirma Nairo Ferreira.

Com as contas bloqueadas e sem perspectiva do pagamento dos salários, Nairo Ferreira garante que o São Caetano irá disputar o Campeonato Paulista, que, segundo ele, garante ao menos R$ 5 milhões aos cofres do clube.

– Queremos disputar o Paulistão, mas precisamos resolver as pendências financeiras. A receita do São Caetano hoje é zero, não temos nada. Mas alguma coisa iremos disputar, nem que seja campeonato sub-20. Precisam respeitar o São Caetano, vamos dar passos para trás e voltaremos mais fortes – finaliza.

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